REVISTA DE TRABALHOS ACADÊMICOS - UNIVERSO CAMPOS DOS GOYTACAZES, No 16 (2023)

Tamanho da fonte:  Menor  Médio  Maior

O BRINCAR COMO PRÁTICA PEDAGÓGICA NA INCLUSÃO DO ALUNO COM TEA NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR

Bianka Pereira Alves Costa, Fernanda Cabral Pessanha, Rita de Cássia Andrade da Fonseca, Lílian Maciel Caldas Machado

Resumo


Este estudo tem por objetivo identificar a importância da inclusão do aluno com Transtorno do Espectro Autista (TEA) nas aulas de Educação Física escolar, utilizando, para isto, o lúdico e o brincar como ferramentas pedagógicas. Como metodologia, foi realizada uma revisão sistemática da literatura de abordagem qualitativa. Foram exploradas fontes como Google Acadêmico, Scielo com palavras-chave específicas sobre TEA, inclusão, jogo e Educação Física para analisar o impacto do jogo e mediação pedagógica no desenvolvimento das crianças com TEA. A revisão identificou 9 artigos relevantes para o tema. O TEA, popularmente conhecido como autismo, é uma condição comportamental que impacta o desenvolvimento motor, psiconeurológico e interfere na cognição, na linguagem e na interação social das pessoas afetadas. A origem do autismo ainda não é plenamente compreendida, mas há uma tendência atual em considerá-lo uma síndrome multifacetada, resultante da interação de fatores genéticos, neurológicos e sociais na infância. Esse transtorno afeta os aspectos funcionais do indivíduo, especialmente evidenciando dificuldades na interação social, na comunicação e no comportamento. Muitas crianças se sentem confiantes em suas habilidades motoras, enquanto para outras pode ser menos apreciada, já que podem não possuir tanta habilidade ou interesse na matéria. Essa falta de interesse pode ter origem nos primeiros anos da criança, nos quais ela pode não ter sido devidamente encorajada a desenvolver suas capacidades e habilidades, limitando-se a brincar de maneira livre, sem a orientação de um professor de Educação Física. Devido à falta de estímulos para desenvolver sua autonomia nessa fase inicial, essa mesma criança pode adquirir hábitos que persistirão durante sua educação na fase subsequente da Educação Infantil. Os resultados e discussões destacaram que ato de brincar desempenha um papel crucial no desenvolvimento infantil, estimulando a imaginação e facilitando interações sociais. No entanto, para uma criança no espectro autista, o processo de interação pode demandar mais tempo, pois ela pode necessitar de um período adicional para se sentir confortável no ambiente escolar. Essas crianças, muitas vezes acostumadas a explorar seu próprio mundo, podem experimentar desafios ao serem introduzidas a um novo ambiente com outras crianças e sons que não fazem parte de sua rotina familiar. Os estudos apontaram alguns desafios como a falta de pesquisas específicas e a necessidade de capacitação para educadores. Concluiu-se que a inclusão do aluno com Transtorno do Espectro Autista (TEA) nas aulas de Educação Física, mediante o uso de estratégias lúdicas e do brincar como ferramentas pedagógicas, emerge como um caminho promissor para o desenvolvimento integral dessas crianças. Os estudos apontaram a relevância dessas abordagens no contexto educacional, não apenas fortalecendo aspectos motores, mas também estimulando habilidades sociais, cognitivas e afetivas. Esse processo não está isento de desafios. Além da tendência a um desenvolvimento mais lento em comparação com seus colegas, os alunos com TEA enfrentam dificuldades na interação social, comunicação e manifestações de comportamentos repetitivos, impactando seu progresso educacional, incluindo o envolvimento nas atividades de Educação Física. Portanto, para a inclusão ser efetiva requer uma abordagem inclusiva, treinamento e ambientes escolares acolhedores.

 

Palavras-chave: Autismo; Escola; Interação; EducaçãoFísicaxAutismo.