REVISTA DE TRABALHOS ACADÊMICOS – CENTRO UNIVERSO JUIZ DE FORA, No 17 (2023)

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UTILIZAÇÃO DA INJECÃO INTRACITOPLASMÁTICA DE ESPERMATOZÓIDE (ICSI) E ASPIRAÇÃO FOLICULAR PARA A REPRODUÇÃO EQUINA - REVISÃO

Luiza Amaral, Dalila Guadelupe, Lucas Ranna, Matheus Venançoni, Thauan Barros

Resumo


Introdução: A reprodução na equinocultura é um aspecto importante para a criação de cavalos de alto valor genético. Técnicas avançadas como a fertilização in vitro têm sido exploradas para melhorar a eficácia reprodutiva. A obtenção e maturação in vitro de oócitos, as células germinativas femininas, são passos fundamentais nesse processo. A aspiração folicular é usada para coletar oócitos diretamente dos ovários. Esses oócitos são então amadurecidos in vitro antes da fertilização. A fertilização in vitro, que envolve a introdução de espermatozoides no citoplasma do oócito, permite uma abordagem controlada para superar problemas de fertilização. Essas técnicas avançadas têm o potencial de aumentar a taxa de sucesso reprodutivo e a qualidade dos descendentes na equinocultura. O estudo dessas abordagens é essencial para avançar a criação de cavalos de alto desempenho genético.Objetivos: Relatar estudos sobre a utilização da injecão intracitoplasmática de espermatozóide (ICSI) e aspiração folicular para a reprodução equina.Metodologia: Revisão de artigos das bases: Capes, Elsevier, Google Scholar, Pubmed, Scielo, Science Direct e Scopus da última década. Termos de busca: FIV, Inseminação Artificial, Equinos. Revisão de Literatura: A aspiração folicular e Injeção Intracitoplasmática de Espermatozoides (ICSI) no Brasil representa um avanço significativo no campo da reprodução assistida equina. Essas técnicas inovadoras têm desempenhado um papel primordial na superação de desafios reprodutivos e na melhoria das taxas de sucesso na reprodução de cavalos de alto valor genético e em situações de dificuldades de concepção. No Brasil, onde a Equinocultura desempenha um papel fundamental na economia e cultura, a busca por métodos mais eficazes de reprodução é essencial para melhorar a qualidade genética dos animais e otimizar os resultados reprodutivos. A introdução da aspiração folicular e da ICSI tem sido uma resposta a essas demandas, proporcionando uma abordagem mais precisa e avançada para a reprodução equina. A aspiração folicular, ao permitir a coleta controlada de ovócitos maduros dos folículos ovarianos das éguas, tem impactado positivamente a capacidade de obter gametas em estágio de maturidade ideal. Isso é particularmente relevante quando se considera a variabilidade no desenvolvimento folicular das éguas e a importância de obter ovócitos de alta qualidade para fertilização. Por sua vez, a ICSI se destaca como uma técnica que supera limitações relacionadas à qualidade do sêmen, permitindo a seleção precisa de espermatozoides saudáveis e sua introdução direta nos ovócitos. Essa abordagem tem se mostrado promissora para contornar problemas de fertilização, especialmente em casos de sêmen de baixa qualidade ou quando a fertilização convencional é desafiadora. A introdução bem-sucedida da aspiração folicular e da ICSI no Brasil é um testemunho do compromisso contínuo com a pesquisa e a inovação na área da reprodução equina. Embora essas técnicas exijam conhecimento especializado e equipamentos avançados, o potencial de melhorar as taxas de sucesso na reprodução e contribuir para a preservação de linhagens genéticas valiosas torna esses avanços de extrema relevância para a produção de equinos no Brasil. À medida que a pesquisa e a tecnologia continuam a evoluir, é provável que a aspiração folicular e a ICSI desempenhem um papel cada vez mais importante na promoção da reprodução saudável e bem-sucedida de equinos no Brasil, consolidando o país como um centro de excelência na reprodução assistida equina. A maturação in vitro envolve o cultivo dos oócitos aspirados em meios de cultura em laboratório, permitindo que eles alcancem a maturidade completa. Isso é importante para garantir que os oócitos tenham a melhor chance possível de fertilização quando forem submetidos à técnica de ICSI. A MIV também pode ser útil quando a ovulação natural não é possível ou quando éguas têm histórico de problemas de ovulação. As éguas doadoras são selecionadas com base em critérios como idade, histórico reprodutivo, saúde geral e genética. É importante que essas éguas estejam em boas condições de saúde e não apresentem problemas reprodutivos significativos.Antes da aspiração folicular, as éguas doadoras podem ser submetidas a um protocolo hormonal para estimular o desenvolvimento de múltiplos folículos ovarianos, onde os oócitos amadurecerão. Durante a estimulação ovariana, as éguas doadoras são monitoradas de perto por ultrassom para acompanhar o crescimento dos folículos ovarianos. Isso permite determinar o momento ideal para a coleta dos oócitos. Quando os folículos atingem o tamanho adequado, a coleta dos oócitos é realizada através da aspiração folicular. Uma agulha é guiada por ultrassom até os folículos, e os oócitos maduros são aspirados diretamente. Os oócitos coletados são avaliados quanto à sua maturidade e qualidade. A qualidade dos oócitos é um fator importante para o sucesso da fertilização e do desenvolvimento embrionário. Uso em FIV ou ICSI: Os oócitos coletados podem ser utilizados na Fertilização In Vitro (FIV) ou na Injeção Intracitoplasmática de Espermatozoides (ICSI), dependendo da técnica escolhida e das necessidades do programa de reprodução. Em muitos casos, os oócitos fertilizados são transferidos para éguas receptoras, que levarão a gestação adiante. As éguas doadoras de oócitos não necessariamente carregam a gestação, uma vez que o objetivo é maximizar a produção de oócitos de alta qualidade. É fundamental que as éguas doadoras de oócitos sejam tratadas com cuidado durante todo o processo, desde a seleção até a coleta. O bem-estar e a saúde dessas éguas são essenciais para o sucesso da técnica. A éguas doadoras de oócitos são peças-chave na técnica de aspiração folicular, contribuindo para a obtenção de oócitos de qualidade que podem ser usados em procedimentos avançados de reprodução assistida, como FIV e ICSI, visando melhorar as taxas de sucesso na reprodução equina. A técnica de ICSI representa um avanço significativo na superação de desafios relacionados à qualidade do sêmen e à fertilização. Ao permitir a seleção precisa de espermatozoides saudáveis e a injeção direta em um ovócito, a ICSI contorna as limitações associadas à motilidade e morfologia inadequadas dos espermatozoides. A alta precisão e a manipulação controlada proporcionadas por essa técnica reduzem a dependência das condições naturais de fertilização, aumentando as chances de sucesso na produção de embriões. A Injeção intracitoplasmática (ICSI) em éguas obtém os melhores resultados de prenhez, podendo ser utilizados sêmen de garanhões com baixa motilidade e fertilidade. Pode ser realizada com esperma fresco ou congelado que passará por um processo de liquefação. Pode ser utilizado sêmen fresco ou criopreservados, a amostra de sêmen é lavada e colocando em polivinilpirrolidona (PVP) utilizada para aumentar a viscosidade das soluções, facilitando o manuseio e imobilização do esperma. Facilitando a aspiração pela pipeta que é conduzida ao citoplasma do oócito, posteriormente sendo transferida para uma placa de Petri. Conclusão: A aspiração folicular e a ICSI representam marcos na evolução das técnicas de reprodução assistida em equinos. Essas abordagens têm permitido a obtenção de gametas de alta qualidade, a superação de limitações genéticas e a maximização das chances de fertilização bem-sucedida. Embora essas técnicas sejam complexas e exijam equipamentos especializados, seu impacto positivo na reprodução equina e a capacidade de enfrentar desafios reprodutivos são notáveis. A ICSI é um método viável para produção de embriões in vitro, apesar de seu alto custo. Demonstra uma alternativa ao uso de sêmen de animais de alto valor de engenharia animal. A desvantagem, além do custo mencionado acima, é a falta de equipamentos e mão de obra especializados. Por ser mais simples e economicamente viável, pode ser uma ferramenta importante nos estudos de viabilidade da FIV em equinos.

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ISSN 2179-1589

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