REVISTA DE TRABALHOS ACADÊMICOS – CENTRO UNIVERSO JUIZ DE FORA, No 17 (2023)

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RASTREAMENTO E DETECÇÃO PRECOCE DO CÂNCER DE COLO DO ÚTERO NA ATENÇÃO BÁSICA: APONTAMENTOS A PRÁXIS DE ENFERMEIROS

Jeana Maria Verbutino, Lucyelle de Oliveira Firmino, Wanessa Tristão Rieger de Paula, Ethelanny Panteleão Leite Almeida, Laércio Deleon de Melo, Camila Cristina Gregório de Assis, Francine Banni Félix

Resumo


Introdução: a crescente prevalência do Câncer do Colo de Útero (CCU) configura-se como alvo da atenção ao setor saúde internacional, pois é a terceira causa de mortes por câncer no Brasil entre as mulheres[1]. Observa-se a necessidade de expandir e aperfeiçoar ações estratégicas para o controle da doença, dentre as quais, as ações de rastreamento e de detecção precoce possuem papel de destaque, visto que, estes são componentes da linha de cuidado prevista na Política Nacional de Prevenção e Controle do Câncer (PNPCC) e envolve os níveis primário e secundário da atenção à saúde no Sistema Único de Saúde (SUS) com enfoque nas ações desenvolvidas majoritariamente pela Atenção Básica (AB) com destaque a atuação do enfermeiro[2], justificando-se a presente investigação. Objetivo: descrever a prátix do enfermeiro no processo de rastreamento e detecção precoce do CCU na AB. Metodologia: pesquisa qualitativa, descritiva do tipo revisão integrativa da literatura. A busca foi realizada no mês de julho de 2023, com recorte temporal de 2019 a 2023, nas bases de dados eletrônicas: BVS, SciELO; LILACS e CAPES, sendo elegíveis 11 manuscritos. Resultados/Discussão: são diversas as ações protagonizadas pelo enfermeiro da AB, com destaque a consulta de enfermagem com a coleta do exame citopatológico do colo pelo método de Papanicolau, considerando-se a periodicidade do rastreamento de um exame a cada três anos após dois exames negativos anuais consecutivos, calcula-se que, a cada ano, deva ser convocado um terço da população-alvo; ou seja, 33,3% da população feminina na faixa etária de 25-64 anos para as mulheres de risco habitual, devendo este intervalo ser reduzido para anualmente para as mulheres de alto risco, ou seja, com histórico familiar de primeiro grau. Dentre as ações cabe destaque a solicitação e avaliação de exames complementares/rotina como sangue e o Papanicolau; a prescrição de tratamento para Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) as quais podem aumentar o risco de CCU mediante a presença de lesões vaginais/cervicais; estimular ações de prevenção dos fatores de risco, encorajando a pratica de sexo seguro por meio da prevenção combinada; vacinação e monitoramento da cobertura de vacinação contra o Papilomavírus Humano (HPV); realizar atividades de educação permanente para todos os membros da equipe visando o incentivo as atividades de rastreamento e detecção precoce; realizar grupos educativos e salas de espera visando a sensibilização da população quanto a importância do preventivo regular; monitorar população feminina na faixa etária para rastreamento no território a partir de busca ativa junto aos demais membros da equipe, bem como a realização de visitas domiciliares no território segundo necessidade, etc.[3]. Conclusão: as estratégias adotadas pelo enfermeiro na AB encontram obstáculos em decorrência de sistemas fragmentados e segmentação na oferta de serviços. Há, portanto, necessidade de estabelecer ações abrangentes e organizadas visando o controle CCU, bem como de incorporar a busca ativa para a cobertura do Papanicolau na AB com ações individuais/coletivas visando a superação de iniquidades nas ações de rastreamento e detecção precoce do CCU, para que assim a AB exerça o princípio de ser ordenadora da Rede de Atenção à Saúde.

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ISSN 2179-1589

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