Introdução: Animais braquicefálicos são aqueles caracterizados por apresentarem um crânio de comprimento mais curto e achatado quando comparados a raças dolicocefálicas e mesaticefálicas. São exemplares de braquicefálicos os cães da raça Shih Tzu, Boxer, Buldogue Inglês e Buldogue Francês, Pequinês, Pug e gatos das raças Birmanês, Exótico Shorthair e Persa. Devido a essa característica anatômica, é comum a presença da síndrome braquicefálica nesses animais. Essa síndrome apresenta um conjunto de alterações primárias e secundárias no trato respiratório superior de cães e gatos. A doença prejudica a qualidade de vida nos portadores, podendo até mesmo causar o óbito em casos mais graves. Objetivo: A revisão de literatura tem como objetivo discorrer sobre a temática da síndrome braquicefálica em cães e gatos, contextualizando pontos pertinentes à síndrome, tais como sua definição, etiologia, sintomas e tratamento. Metodologia: Na presente revisão foram consultados artigos e demais compêndios científicos acessados pelas plataformas Google Acadêmico, Scielo e outras bibliotecas acadêmicas eletrônicas, sendo selecionados artigos publicados entre os anos de 2018 e 2023. Foram utilizados os descritores: “síndrome braquicefálica”, “cães braquicefálicos”, “gatos braquicefálicos”. Desenvolvimento: Os animais braquicefálicos tem como característica seu nariz encurtado, resultado de intervenções humanas de seleção e melhoramento genético que culminam em problemas no trato respiratório superior (LOPES & VASCONCELOS, 2021). A estenose de narina e o prolongamento do palato mole são as principais afecções presentes nos animais portadores da síndrome, que apresentam dificuldades respiratórias e termorreguladoras, porém essas afecções podem trazer problemas secundários, como achatamentos e turbinados aberrantes, hipoplasia traqueal, eversão dos sáculos laríngeos e induções frequentes de êmese (LAMEU et al., 2020). Além das patologias no trato respiratório superior, esses animais também podem apresentam problemas oculares, dermatológicos, dentais e reprodutivos. Os sintomas provenientes do trato respiratório superior são os de tosse, engasgo, respiração ruidosa, síncope e até mesmo alterações no latido. As técnicas cirúrgicas de rinoplastia e estafilectomia são as mais eficazes para a reversão dos sintomas no trato respiratório superior, pois somente pela intervenção cirúrgica é possível desobstruir a passagem de ar (LAMEU et al., 2020). Essas técnicas cirúrgicas são realizadas através das ressecções dos tecidos estenosados das narinas e dos tecidos sobressalentes do palato mole, resultando no alívio da obstrução nas vias respiratórias superiores, trazendo melhor qualidade de vida para esses animais (LAMEU et al., 2020). Conclusão: As técnicas cirúrgicas apresentadas proporcionam um grande alívio e qualidade de vida aos pacientes sintomáticos acometidos pela comorbidade. E, associada aos tratamentos clínicos e cirúrgicos, é importante a implementação de medidas de orientação aos tutores sobre a repercussão da doença, permitindo que identifiquem e estejam informados quanto aos riscos e evolução dos sintomas.
REFERÊNCIAS
LAMEU, G. R; SILVA, P. I. B.; MENES, A. D. R; ALVES, C. C; SOARES, M. A.; BILHALVA, M. A.; EVARISTO, T. A.; PELLEGRIN, T. G.; VASCONCELLOS, A. L; COSTA, P. P. C. Síndrome braquicefálica em cães, Pubvet, v.14, n.10, a677, p.1-7, Out., 2020.
LOPES, B. G. P.; VASCONCELOS, T. C. Conhecimento de tutores sobre a síndrome aérea dos cães braquicefálicos. Pubvet, v.15, n.06, a827, p.1-8, Jun., 2021.

ISSN 2179-1589