FISIATRIA NA REABILITAÇÃO DE CÃES APÓS COLOCEFALECTOMIA
Resumo
Introdução: A Fisiatria Veterinária vive em constante crescimento nos últimos anos, com aumento da procura por tratamentos de diversos tipos. Seus objetivos incluem: o controle da dor, restauração de movimentos e força muscular, entre outros (Klos et al., 2020). É amplamente utilizada para reabilitação pós-cirúrgica, incluindo cirurgias ortopédicas como a colocefalectomia. Objetivo: O presente relato tem por objetivo descrever o caso de cinco cães em tratamento fisiátrico após procedimento cirúrgico de excisão artoplástica de cabeça e colo femoral, atendidos em uma clínica especializada em reabilitação animal, destacando a importância de reestabelecer função e mobilidade do membro acometido. Metodologia: Os casos foram descritos a partir dos dados dos prontuários dos pacientes e em dados da literatura. Resultados/Discussão: Foram atendidos para avaliação cinco pacientes caninos, dois machos da raça Sptiz Alemão, com o membro pélvico esquerdo comprometido: Paciente 1, com 10 anos e 5,8kg e Paciente 2, 7 anos e 5,6kg; dois da raça Shih Tzu com o membro pélvico direito acometido, sendo uma fêmea, Paciente 3, com 9 anos e 5,7kg, e um macho, Paciente 4, com um ano e 4,3kg; e um macho da raça Lhasa Apso, Paciente 5, 6 anos e 6,2kg, com o membro pélvico direito acometido. Todos eles passaram por cirurgia de colocefalectomia. Dentre esses, somente o Paciente 5 havia operado o membro pélvico direito antes do esquerdo, com a mesma técnica. O Paciente 1 havia passado por cirurgia para a correção de luxação patelar medial bilateral. O único animal que apresentou patologia diferente de displasia foi o Paciente 4, diagnosticado com necrose asséptica no membro pélvico esquerdo. Na consulta de avaliação dos pacientes, após a anamnese, foram analisados exames radiográficos para traçar o melhor tratamento. Foi proposto um protocolo para atender as especificidades das condições físicas dos pacientes. O planejamento teve como objetivo a redução de claudicação, analgesia e fortalecimento muscular. Os pacientes fizeram o uso de laserterapia para cicatrização e redução da inflamação, magnetoterapia para alívio de dor e regeneração nervosa, cinesioterapia para fortalecimento da musculatura do membro pélvico e melhoria do apoio, bem como eletroterapia para o fortalecimento muscular. O tempo do tratamento variou de acordo com a especificidade de cada animal. No protocolo inicial para a reabilitação de cães colocefalectomizados foram propostas 10 sessões de fisioterapia, duas vezes por semana. Todos os pacientes apresentaram notável redução da dor e melhora significativa da capacidade de apoiar os membros afetados. Quanto aos métodos fisioterápicos: A magnetoterapia é o uso terapêutico de campos magnéticos, é usado para: alívio de dor, cicatrização, relaxamento muscular e melhoria na qualidade da vida dos animais que sofrem dores crônicas [2]; A fisioterapia cinética é uma modalidade de tratamento físico que emprega movimentos terapêuticos para abordar diversas condições físicas em animais. Esse tratamento terapêutico é utilizado para a reabilitação e o bem-estar dos animais, ajudando a melhorar a funcionalidade e aliviar desconfortos, isso incluí: Prevenção de lesões, melhoria na função neurológica, apoio ao controle de peso [2]; A eletroterapia usa de correntes elétricas levando ao efeito excitatório ou sensorial, que depende do tipo de corrente utilizada e do conjunto de parâmetros [2]; A laserterapia atua em nível celular com o crescimento da produção de ATP após a liberação da energia lumínica pelo laser de baixa potência, em seguida, é absorvida pelos tecidos convertendo em energia, o que promove a cicatrização dos tecidos bem como recuperação a nível celular [2]. Conclusão: A abordagem multidisciplinar de fisiatria e terapias complementares, como a ozonioteraoia, laserterapia, eletroterapia, magnetoterapia e cinesioterapia resultaram em melhora clínica dos pacientes. A eliminação da dor e a restauração da capacidade de apoiar os membros pélvicos demonstraram o sucesso, com melhoria na qualidade de vida dos pacientes.
REFERÊNCIAS
- KLOS, T. B.; COLDEBELLA, F.; JANDREY, F. C. Fisioterapia e reabilitação animal na medicina veterinária. Pubvet, v. 14, p. 148, 2020.
- LOPES, R. S.; DINIZ, R.. Fisiatria em pequenos animais. São Paulo: Inteligente, p. 92-148, 2018.
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