REVISTA DE TRABALHOS ACADÊMICOS – CENTRO UNIVERSO JUIZ DE FORA, No 17 (2023)

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FISIATRIA NA REABILITAÇÃO DE CÃES APÓS COLOCEFALECTOMIA

Gabrielle de Medeiros Moreira, Maria Eduarda Motta Oliveira, Talía Feliciano de Oliveira, João Felipe Goudard Leite, Lilian dos Santos Ribeiro, Brunna Silva Moreira

Resumo


Introdução: A Fisiatria Veterinária vive em constante crescimento nos últimos anos, com aumento da procura por tratamentos de diversos tipos. Seus objetivos incluem: o controle da dor, restauração de movimentos e força muscular, entre outros (Klos et al., 2020). É amplamente utilizada para reabilitação pós-cirúrgica, incluindo cirurgias ortopédicas como a colocefalectomia. Objetivo: O presente relato tem por objetivo descrever o caso de cinco cães em tratamento fisiátrico após procedimento cirúrgico de excisão artoplástica de cabeça e colo femoral, atendidos em uma clínica especializada em reabilitação animal, destacando a importância de reestabelecer função e mobilidade do membro acometido. Metodologia: Os casos foram descritos a partir dos dados dos prontuários dos pacientes e em dados da literatura. Resultados/Discussão: Foram atendidos para avaliação cinco pacientes caninos, dois machos da raça Sptiz Alemão, com o membro pélvico esquerdo comprometido: Paciente 1, com 10 anos e 5,8kg e Paciente 2, 7 anos e 5,6kg; dois da raça Shih Tzu com o membro pélvico direito acometido, sendo uma fêmea, Paciente 3, com 9 anos e 5,7kg, e um macho, Paciente 4, com um ano e 4,3kg; e um macho da raça Lhasa Apso, Paciente 5, 6 anos e 6,2kg, com o membro pélvico direito acometido. Todos eles passaram por cirurgia de colocefalectomia. Dentre esses, somente o Paciente 5 havia operado o membro pélvico direito antes do esquerdo, com a mesma técnica. O Paciente 1  havia passado por cirurgia para a correção de luxação patelar medial bilateral. O único animal que apresentou patologia diferente de displasia foi o Paciente 4, diagnosticado com necrose asséptica no membro pélvico esquerdo. Na consulta de avaliação dos pacientes, após a anamnese, foram analisados exames radiográficos para traçar o melhor tratamento. Foi proposto um protocolo para atender as especificidades das condições físicas dos pacientes. O planejamento teve como objetivo a redução de claudicação, analgesia e fortalecimento muscular. Os pacientes fizeram o uso de laserterapia para cicatrização e redução da inflamação, magnetoterapia para alívio de dor e regeneração nervosa, cinesioterapia para fortalecimento da musculatura do membro pélvico e melhoria do apoio, bem como eletroterapia para o fortalecimento muscular. O tempo do tratamento variou de acordo com a especificidade de cada animal. No protocolo inicial para a reabilitação de cães colocefalectomizados foram propostas 10 sessões de fisioterapia, duas vezes por semana. Todos os pacientes apresentaram notável redução da dor e melhora significativa da capacidade de apoiar os membros afetados. Quanto aos métodos fisioterápicos: A magnetoterapia é o uso terapêutico de campos magnéticos, é usado para: alívio de dor, cicatrização, relaxamento muscular e melhoria na qualidade da vida dos animais que sofrem dores crônicas [2]; A fisioterapia cinética é uma modalidade de tratamento físico que emprega movimentos terapêuticos para abordar diversas condições físicas em animais. Esse tratamento terapêutico é utilizado para a reabilitação e o bem-estar dos animais, ajudando a melhorar a funcionalidade e aliviar desconfortos, isso incluí: Prevenção de lesões, melhoria na função neurológica, apoio ao controle de peso [2]; A eletroterapia usa de correntes elétricas levando ao efeito excitatório ou sensorial, que depende do tipo de corrente utilizada e do conjunto de parâmetros [2]; A laserterapia atua em nível celular com o crescimento da produção de ATP após a liberação da energia lumínica pelo laser de baixa potência, em seguida, é absorvida pelos tecidos convertendo em energia, o que promove a cicatrização dos tecidos bem como recuperação a nível celular [2]. Conclusão: A abordagem multidisciplinar de fisiatria e terapias complementares, como a ozonioteraoia, laserterapia, eletroterapia, magnetoterapia e cinesioterapia resultaram em melhora clínica dos pacientes. A eliminação da dor e a restauração da capacidade de apoiar os membros pélvicos demonstraram o sucesso, com melhoria na qualidade de vida dos pacientes.

 

REFERÊNCIAS

  1. KLOS, T. B.; COLDEBELLA, F.; JANDREY, F. C. Fisioterapia e reabilitação animal na medicina veterinária. Pubvet, v. 14, p. 148, 2020.
  2. LOPES, R. S.; DINIZ, R.. Fisiatria em pequenos animais. São Paulo: Inteligente, p. 92-148, 2018.

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ISSN 2179-1589

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