REVISTA DE TRABALHOS ACADÊMICOS – CENTRO UNIVERSO JUIZ DE FORA, No 17 (2023)

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MANEJO NUTRICIONAL E RECONSTRUÇÃO OROFACIAL EM CÃO ACOMETIDO COM QUEILOPALATOSQUISE - RELATO DE CASO

Enrico Ávila Vieira de Carvalho, Adriana Rocha Zatorre Medeiro, Haiza Aparecida Gomes Martins, Brunna Silva Moreira

Resumo


Introdução: A queilosquise congênita, também conhecida como “lábio leporino”, é uma alteração que se dá pelo desenvolvimento incompleto dos lábios e maxila, ocorrendo uma linha aberta no sentido vertical presente no suco nasolabial, devido a falha na junção do processo maxilar e nasal medial. De incidência incomum, a palatosquise, conhecida como fenda palatina, ocorre em razão da imperfeição da fusão do osso palatino. Os sinais clínicos de ambas evidenciam o risco de vômito intermitente, pneumonia por aspiração e consequentemente alta taxa de morte súbita por complicações respiratórias e por deficiências nutricionais. O tratamento consiste na reconstrução da região lábio palatina através da técnica cirúrgica de queiloplastia e palatoplastia associada a um rigoroso protocolo alimentar previamente realizada no paciente neonatal, até sua maturação estrutural. Objetivos: O presente trabalho descreve os resultados obtidos da técnica de reconstrução cirúrgica orofacial denominada de queilopalatoplastia associada ao protocolo alimentar em um neonato canino. Metodologia: Foi atendido um neonato, canino, fêmea, American Bully, com um dia de vida, pesando aproximadamente 130g, com histórico de dificuldade na sucção durante a mamada. Durante o exame físico foi constatado a presença de fissura labial e palatina grau 3.J, segundo classificação adaptada por Moura e Pimpão (2017), com isso, o tratamento constitui-se na introdução de um manejo nutricional constituído através de aleitamento artificial via sonda oro gástrica, intervaladas a cada 90 minutos, associado ao manejo de limpeza e aquecimento artificial do paciente neonato durante 40 dias. Até o 120º dia, previamente a cirurgia, a alimentação foi substituída e mantida com ração para filhotes com pellets de maior diâmetro. As técnicas de queilopalatoplastia utilizadas foram compostas pelo retalho palatino deslizante bipediculado associado ao flape rostral de transposição rotacional e zetaplastia muco cutânea nasolabial. Resultado/discussão: A dieta composta por leite de cabra e sucedâneo, garantiu a vitalidade do cão até que suas estruturas estivessem devidamente formadas para a intervenção cirúrgica. As técnicas combinadas de queilopalatoplastia, apresentou êxito na reconstrução orofacial, garantindo bom efeito estético e restituição da funcionalidade. Ainda não há uma concordância entre o melhor período para realização da correção cirúrgica, no entanto, afirma que o ideal seria fazer o procedimento a partir dos três meses de idade, pois os pacientes mais velhos apresentam uma menor quantidade de tecido friável, sustentando melhor a sutura. Além disso, acredita-se que caninos com mais de oito semanas de vida apresentam um menor risco anestésico, pois conseguem realizar adequadamente a metabolização dos fármacos anestésicos. Conclusão: O protocolo empregado na comorbidade em questão, deverá ser individualizado e necessita de cuidados intensivos.

                                                                Referências:

MOURA, E. e PIMPÃO, C.T. A numerical classification system for cleft lip and palate in the dog. Journal of Small Animal Practice, v. 58, p. 610-614, 2017, doi: 10.1111/jsap.12730.

PARAGUASSU, A.; JOFFILY, D.; MOREIRA, S. H.; FREITAS, P. M. C. F.; MALM, C. Tratamento cirúrgico e manejo pós-operatório de fenda palatina congênita em cão braquicefálico - relato de dois casos. Enciclopédia Biosfera, v. 16, n. 29, p. 1441-1452, 2019.

FOSSUM, T. W.  Cirurgia de Pequenos Animais. 4ª ed. College Station, Texas: Elsevier, p. 399-404, 2014.

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ISSN 2179-1589

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