REVISTA DE TRABALHOS ACADÊMICOS – CENTRO UNIVERSO JUIZ DE FORA, No 17 (2023)

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LINFANGIECTASIA INTESTINAL EM CANINO:RELATO DE CASO

Paola Guedes Campos Pinto, Ana Paula de Lima Ferrarezi, Jeane Raposo do Nascimento, Rita de Cassia Bastos de souza Bastos, Lilian dos Santos Ribeiro

Resumo


Introdução: A linfangiectasia intestinal é uma enteropatia de ocorrência rara e apresenta sinais clínicos como: diarreia, esteatorreia, edema e ascite. Além disso, essa patologia provoca alterações laboratoriais como:  hipoproteinemia, hipoglobulinemia, linfopenia, hipocalcemia e hipocolesterolemia (PRATI et al., 2014). As causas dessa enteropatia ainda não foram totalmente esclarecidas, sabe-se apenas que provoca processos obstrutivos ou compressivos dos vasos linfáticos, ocasionando insuficiência cardíaca, linfossarcoma, carcinoma ou processos inflamatórios envolvendo o mesentério ou região mediastínica. Objetivo: O objetivo deste trabalho é relatar o caso clínico de um cão diagnosticado com doença inflamatória intestinal associada à linfangiectasia intestinal. Metodologia: O caso foi descrito a partir dos dados do prontuário do paciente e revisão de literatura. Foram utilizadas as bases do Google Acadêmico e Scielo Brasil, sendo selecionados artigos do período de 2004 a 2023. A pesquisa foi conduzida por meio dos descritores “diarreia em cães” e “linfangiectasia intestinal”. Desenvolvimento: Foi atendido na Clínica Veterinária Zoovet- Juiz de Fora – MG um cão macho, raça Maltês, de 8 anos e 4 meses, com 3,600 kg, apresentando diarreia persistente de conteúdo aquoso com melena, esteatorreia e perda de peso. No exame físico o animal apresentou dor abdominal a palpação, excesso de gases e abdome abaulado. A suspeita inicial foi de doença inflamatória intestinal associada à linfangiectasia, sendo solicitados exames complementares. Nesse atendimento, o paciente recebeu a seguinte medicação: prednisolona, domperidona, Vitamina D3 e B12, clopidogrel, tilosina e suplemento alimentar Florentero®, além de analgésicos e antigases. O resultado dos exames laboratoriais apontou trombocitose, hipoalbunemia e deficiência de vitamina D. Na ultrassonografia foi identificada perda de estratificação parietal do jejuno, seguida de inflamação e/ou processo infeccioso crônico, sendo indicada a realização de exame histopatológico. Com o resultado dos exames chegou-se ao diagnóstico de doença inflamatória intestinal (DII) associada à linfangiectasia intestinal (LI). Foram prescritos corticoide  (3mg BID, durante 7 dias, depois, 3mg SID),  antiemético e gastrocinético  (0.5mg de TID, durante 7 dias), anticoagulante (1 cápsula de 5mg SID, durante 60 dias), probióticos e prebióticos,  vitamina D, Vitamina B12, antibiótico (1cápsula de 100mg SID, por 60 dias), simeticona (13.5mg, QID) e brometo de escopolamina associado à dipirona em casos de dor. Nos primeiros meses, foi necessário realizar a suplementação de proteínas em sachês como forma de reposição, além de duas opções de alimentação Low Fat: (i) alimentação natural com teor baixo de gordura (<5%) e proteínas de alta digestibilidade sem restrições, evitando também o excesso de fibras; (ii)   dieta terapêutica Gastrointestinal Low Fat Royal Cannin®. Conclusão: O prognóstico para doença inflamatória intestinal associada à linfangiectasia é reservado, mas através da terapia medicamentosa e o manejo alimentar, foi possível estabilizar sinais clínicos da inflamação, possibilitando melhor qualidade de vida ao paciente.


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ISSN 2179-1589

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