REVISTA DE TRABALHOS ACADÊMICOS – CENTRO UNIVERSO JUIZ DE FORA, No 17 (2023)

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IMPLICAÇÕES DO USO DA SOMATROTOPINA RECOMBINANTE BOVINA NA SAÚDE DE VACAS LEITEIRAS

Juliana França Monteiro de Mendonça, Raphael Moreira Fantini, Kaique Furtado de Mendonça, Lilian dos Santos Ribeiro

Resumo


Introdução: O Brasil foi o terneiro maior produtor de leite mundial em 2022, com mais de 34 bilhões de litros de leite. Apesar da expressiva produção nacional, existem ainda alguns indicadores produtivos que precisam ser melhorados. Um desses indicadores é a produtividade por animal. Com o objetivo de melhorar essa produtividade, é recorrente o uso de fármacos estimuladores da produção leiteira em vacas em lactação. Entretanto, muitos fatores relacionados à fisiologia do animal, bem como à sua saúde, são por vezes desconsiderados. Objetivo: O objetivo deste trabalho é revisar a literatura científica para determinar quais são as implicações do uso desses fármacos para as vacas leiteiras a curto, médio e longo prazos. Metodologia: Para realizar este presente estudo, foram consultadas as bases de dados do Google Acadêmico, Scielo Brasil e PUBVET. A seleção abrangeu artigos científicos publicados gratuitamente, nos idiomas português e inglês, no período de 2003 a 2023. Os descritores utilizados na busca incluíram "somatotropina bovina", "bovine somatotropin" e "bST", visando abranger todas as dimensões do tema. Desenvolvimento: A somatotropina bovina (bST) é um hormônio hipofisário com ação galactopoética, ou seja, dentre outras funções, estimula o aumento da produção leiteira em vacas lactantes [1]. Sendo assim, muitos produtores e técnicos recomendam o uso do fármaco para melhorar a produtividade dos animais. Entretanto, outros aspectos que também impactam na produtividade muitas vezes são desconsiderados, como nutrição adequada, conforto térmico e práticas adequadas de manejo dos animais. O uso exógeno da bST é relacionado a um aumento de 10 a 15% na produção leiteira de cada animal [1,4]. Em relação ao teor de gordura do leite, autores relatam não haver diferença na composição do leite de vacas tratadas e não tratadas com bST [2]. Entretanto, apesar dos efeitos benéficos, alguns autores relatam que o uso de bST está relacionado a um maior risco de mastite clínica nas vacas, bem como maiores riscos de falhas no desempenho reprodutivo desses animais [3]. Além disso, os autores relatam uma maior ingestão de matéria seca pelos animais após a aplicação de bST e escores corporais mais baixos ao final do período de lactação [4]. Conclusão: Apesar da bST ser bastante utilizada para aumentar a produção leiteira de vacas, seu uso deve ser realizado com cautela e somente após recomendação técnica, uma vez que pode trazer muitos impactos negativos para a saúde dos animais, como aumentar o risco de ocorrência de mastite clínica e reduzir o escore corporal das vacas, predispondo a ocorrência de doenças metabólicas.

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ISSN 2179-1589

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