REVISTA DE TRABALHOS ACADÊMICOS – CENTRO UNIVERSO JUIZ DE FORA, No 17 (2023)

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RELAÇÃO ENTRE O CONSUMO DE FIBRAS E DOENÇAS CARDIOVASCULARES

Lucas de Souza Damasceno, Nathália Martins Serrano da Costa, Milena Aparecida de Assis Mota, Juliana Maria de Assis Oliveira, Letícia Ferreira Delgado

Resumo


Introdução: As doenças cardiovasculares (DCV) são uma preocupação global de saúde e as fibras alimentares estão fortemente relacionadas a uma melhora nos marcadores que estão relacionados ao desenvolvimento dessas doenças. Objetivo: O propósito desta revisão é explorar a relação entre o consumo de fibras alimentares e o risco das DCV. Metodologia: Para esta revisão da literatura, foi realizado um levantamento bibliográfico mediante consulta às bases de dados do PubMed. Foram selecionadas publicações com os seguintes termos: doenças cardiovasculares, fibras alimentares, frutas e vegetais. Resultado/discussão: Descobertas importantes salientam que o maior consumo de fibras está associado a uma diminuição das DCV, indicando um consumo de 14g de fibras por 1000 kcal de energia. Isso acontece, pois, as fibras podem exercer proteção consistente contra a DCV, principalmente reduzindo níveis de lipoproteínas de baixa densidade (LDL) sem afetar as concentrações de lipoproteínas de alta densidade (HDL). Apesar dos estudos consistentes do efeito protetor das fibras sobre a DCV, os componentes que o causam ainda são indefinidos (SALVIN, J., 2013). A evidência inicial de que o consumo de frutas e vegetais tem um efeito protetor contra a DCV veio de estudos observacionais. Frutas e vegetais, além de serem conhecidos como alimentos bioativos que possuem propriedades antioxidantes, anti-inflamatórias e eletrolíticas, possuem também propriedades funcionais como baixo IG e baixa densidade calórica. Evidências sugerem que um conjunto de vários nutrientes pode interagir com fatores genéticos para influenciar o risco de DCV (ALISSA, E.M.; FERNS, G.A., 2017). A DCV possui um alto indice de mortalidade, porém pode ser a mais modificada por ser prevenida com uma melhora no estilo de vida. Foi demonstrado através de um estudo com 158.000 indivíduos que incluíram a ingestão de fibras na alimentação, uma menor prevalência dos riscos ofertados pelas DCV. A ingestão da aveia ou trigo sarraceno trouxe benefícios ao IMC, PA diastólica e sistólica, valores séricos LDL, HDL e triglicérides menores. Para uma proteção contra a DCV o psyllium e o b-glucano de aveia são fontes de fibra solúvel utilizadas e aprovadas pela FDA (ANDERSON, J.W., et al., 2009). Inserir fibras dietéticas na alimentação de um indivíduo que está fazendo terapia com estatina para redução de colesterol total e LDL pode reduzir a dose prescrita do medicamento, diminuir efeitos colaterais e melhorar a tolerância ao fármaco. Fibras solúveis e insolúveis podem ajudar a melhorar marcadores do perfil lipídico, se tornando um alvo atraente para prevenção de DCV (Soliman G.A., 2019). Conclusão: Em tese, um maior consumo de fibras está diretamente relacionado à diminuição do LDL e colesterol total, fatores de risco para DCV. Além disso, compostos presentes nas fibras, como magnésio, vitaminas e antioxidantes, também contribuem para a redução desses riscos, desempenhando inclusive, um papel benéfico na manutenção de um peso saudável. Portanto, pode ser mais importante focar em uma dieta rica em frutas, vegetais, alimentos integrais e padrões alimentares equilibrados do que em nutrientes individuais, a fim de reduzir o risco de DCV.


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ISSN 2179-1589

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