A educação na sociabilidade do capital contribui para o reforço da ideologia dominante, mas também propicia processos estimuladores da consciência crítica para refletir e agir em uma sociedade marcada pela desigualdade. A violência nas escolas e a dimensão étnico-racial, enquanto expressões da questão social, precisam ser enfrentadas a partir de uma perspectiva diferenciada, sem reproduzir o viés moralizador, marcante na fase inicial do Serviço Social. Este artigo pretende refletir acerca da intervenção profissional da (o) Assistente Social na Educação, problematizando a questão da violência nas escolas pelo recorte étnico-racial, compreendendo-a como uma das refrações da questão social com a qual o assistente social esbarra em sua inserção nas instituições educacionais. A estratégia metodológica do presente trabalho consiste de revisão bibliográfica, documental de alguns artigos e de campo, cujo conteúdo aborda os temas principais deste trabalho. A partir do relato de um caso ocorrido no Colégio de Aplicação da Universidade Federal de Juiz de Fora elencamos alguns elementos que ilustram esse trabalho. É visto que a perspectiva educadora defendida pela categoria profissional ultrapassa o caráter de uma formação técnica, ou seja, funcional ao modo de produção vigente. Tal perspectiva se imbrica com uma educação que contribua para refletir a realidade de forma crítica e utilizar mecanismos/estratégias para a transformação da mesma, entendendo a importância das políticas sociais e para, além disso, ter como horizonte a emancipação humana dos sujeitos. Intervir profissionalmente no campo educacional requer considerar os sujeitos sociais nas relações sociais dos quais dispõem tais como a família, a comunidade, dentre outros, superando o viés individualista e moralizador que vigorou no início e consolidação da profissão. A apreensão obtida no decorrer do estudo apontou que a percepção do fenômeno das violências nas escolas resulta das histórias vividas e recolhidas pelos diversos atores que convivem no ambiente escolar e das relações que estabelecem entre si. Dessa forma, no contexto escolar, faz-se necessário refletir sobre os processos de criminalização da pobreza e estigmatização no que tange ao direito do aluno negro e pobre à educação. Assim, o debate acerca da intervenção profissional do Serviço Social que atua na perspectiva de defesa de direitos e combate à criminalização da pobreza é fundamental, baseado na compreensão de que a escola consiste em um espaço de desenvolvimento da cidadania e de relações mais igualitárias.

Palavras- chave: Serviço Social, Educação, Violência e Dimensão Étnico-Racial