A Abordagem clínica de Orientação Profissional (OP) surge na década de 70 devido às insatisfações com as abordagens anteriores baseadas somente em testes vocacionais. Posteriormente, surge no Brasil a abordagem clínica sócio-histórica que exclui a ideia de vocação, pois acredita que o ser humano é multideterminado, ou seja, pode exercer qualquer profissão e se adaptar a elas. Ao se falar em OP é preciso ter um olhar mais cuidadoso quando se trata de alunos oriundos do Ensino Médio público no Brasil, porque o país encontra-se inserido em um cenário de profundas desigualdades e uma das conseqüências disso é que o fator escolha da profissão torna-se ainda mais complexo. Buscando trabalhar essa complexidade, desenvolve-se, desde 2013, na UNIVERSO/JF o projeto de extensão “Orientação Profissional – Abordagem Sócio-histórica” que atende gratuitamente alunos do Ensino Médio que estão em dúvida com relação à escolha da profissão. Objetivos: Instrumentalizar o jovem para fazer uma escolha profissional mais consciente, evidenciando suas motivações e interesses. Busca-se, ainda, promover discussões relacionadas às diversas áreas profissionais e criar oportunidades para que o jovem expresse suas expectativas em relação à escolha. Metodologia: O trabalho é realizado em grupos de, aproximadamente, 15 pessoas. São realizados 10 encontros, um por semana, sendo que, nos 5 primeiros, trabalha-se o autoconhecimento e, nos 5 finais, o mundo das profissões. Cada grupo é atendido por dois estagiários de psicologia (orientador e co-orientador), que trabalham com técnicas, discussões e dinâmicas de grupo. Realiza-se, ainda, uma visita técnica às dependências da Universo/JF, onde os jovens são apresentados aos laboratórios e departamentos de cada curso e ouvem palestras dos professores. Resultado/Discussão: No primeiro semestre de 2016, 26 alunos do sétimo período do curso de psicologia atenderam a aproximadamente 160 adolescentes oriundos de escolhas publicas e particulares de Juiz de Fora, Lima Duarte e Três Rios. Durante todo o processo foi possível observar a evolução dos orientandos em relação ao autoconhecimento, entendimento do mercado de trabalho e definição do seu papel nesse processo de escolha. Conclusão: A cada encontro fica perceptível o desenvolvimento dos orientandos quanto à sua responsabilidade no processo de escolha, e quanto à sua conscientização sobre os fatores determinantes desse processo. No final dos encontros foi aplicada uma dinâmica para verificação da eficácia do projeto, com um feedback muito positivo por parte dos orientandos, assegurando que a teoria Sócio Histórica possui uma abordagem ampla e eficaz, tendo em vista propiciar a reflexão sobre valores, aptidões, e sobre os determinantes da escolha em geral.