O SINTOMA NA PSICANÁLISE E A SUA RELAÇÃO COM A SEXUALIDADE
Resumo
Este trabalho marca o início de nosso questionamento sobre a relação entre o sintoma e a sexualidade, na medida em que todo sintoma é um substituto da vida sexual do sujeito. Com o intuito de investigar tal relação, vamos partir do conceito de real para a psicanálise, que atesta a impossibilidade de satisfação sexual inerente ao ser humano. O real marca o impasse que o sujeito é colocado diante do sexo, portanto, a sexualidade no ser humano é marcada pela impossibilidade de uma satisfação completa, ao contrário do que ocorre com os animais. Encontramos subsídios para a reflexão sobre o conceito de real na teoria lacaniana nas formulações de Freud sobre o incesto bem como na noção, trazida por Freud e desenvolvida por Lacan de das Ding, a coisa, o objeto incestuso. Empreendemos uma revisão bibliográfica sobre o tema, nas obras de Freud e Lacan, selecionando os textos que discorrem sobre o sintoma e a sexualidade. Concluímos, pois, que é diante dessa impossibilidade de satisfação completa, atestada pela ausência de um objeto adequado para a pulsão, que o sintoma será constituído e se presentificará na vida do sujeito, na condição e um substituto de uma realização sexual, que sempre fracassa. A vivência Edipiana, a qual para a mulher inclui uma fase pré-edipiana, possibilita dar um contorno a essa impossibilidade, na medida em que permite ao sujeito eleger objetos de amor e identificações.
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