REVISTA DE TRABALHOS ACADÊMICOS – CENTRO UNIVERSO JUIZ DE FORA, No 9 (2019)

Tamanho da fonte:  Menor  Médio  Maior

ESTUDOS PRELIMINARES PARA UMA MEDIDA DE ATITUDES EM RELAÇÃO AO USO DO CARRO

Douglas Ribeiro Vieira Teixeira, Karen Cristina Alves Lamas

Resumo


Introdução: Saber o que as pessoas pensam e como tendem a se comportar em relação aos elementos pertencentes ao contexto do trânsito pode fornecer informações para a elaboração de estratégias que promovam a segurança e a mobilidade urbana. Uma das formas de coletar esses dados é por meio de instrumentos de avaliação. No contexto brasileiro, foram encontradas poucas medidas padronizadas para avaliar o comportamento dos indivíduos nesse ambiente, inclusive em relação ao uso do automóvel. Um elemento que tem sido utilizado cada vez mais entre os brasileiros, gerando várias consequências no sistema de deslocamentos. Assim, objetivou-se construir a Escala de Atitudes em relação ao Uso do Carro - EAUC, que pode auxiliar na compreensão das contingências envolvidas no desenvolvimento do hábito de usar o carro, um fator que contribui para o aumento de veículos nas vias urbanas. Objetivos: Buscar evidências de validade de conteúdo e validade aparente para a Escala de Atitudes em relação ao Uso do Carro – EAUC. Metodologia: O trabalho apresentado constituiu-se de duas etapas. Inicialmente, três doutores em Psicologia, que possuem trabalhos científicos e experiência na área da Psicologia Social, realizaram a análise de conteúdo dos itens da primeira versão da EAUC, que possuía 40 itens. Ressalta-se que um dos juízes teve suas respostas consideradas como critério de desempate. Posteriormente, 13 pessoas, entre elas, estudantes, funcionários e professores de uma universidade privada, responderam à escala e relataram suas impressões sobre os itens da versão reformulada, para que fosse possível investigar a clareza e a validade aparente. Resultados/Discussão: O nível de concordância geral entre os três juízes foi de 77,5% (n=31) para relevância teórica e 75,0% (n=30) para clareza de linguagem dos itens.  Assim, as sugestões dos avaliadores foram consideradas a fim de melhorar a clareza de forma geral e a adequação da escala para pessoas que não possuem um automóvel, resultando na alteração de 15 itens. Devido à impossibilidade de adequação, cinco itens foram excluídos. Outra pequena modificação foi realizada nas instruções. Ao responderem à nova versão com 35 itens, os estudantes universitários e funcionários da instituição relataram que compreenderam os itens sem dificuldade e não fizeram sugestões. Os professores, por sua vez, sugeriram alterações em três itens, as quais foram acatadas, sem necessidade de exclusão. Conclusão: O processo cuidadoso de construção dos itens e da investigação das primeiras fontes de evidências de validade são etapas essenciais para um instrumento com boas qualidades psicométricas. Verificou-se que a EAUC está pronta para ser aplicada em amostras maiores e ser submetida a novas análises que verifiquem sua estrutura fatorial e outras fontes evidências de validade.


Texto Completo: PDF

ISSN 2179-1589

PUBLICAÇÕES UNIVERSO