REVISTA DE TRABALHOS ACADÊMICOS – CENTRO UNIVERSO JUIZ DE FORA, No 9 (2019)

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O CONCEITO DE PERSONALIDADE ENTRE PSICÓLOGOS CLÍNICOS DE JUIZ DE FORA E REGIÃO

Marcelli Campos Couto, Gabrielle Aparecida Rodrigues Marques, Fernanda Carolina de Oliveira Alfeld, Beatriz Maciel Silva, Laryssa Campos Silva, Monalisa Maria Lauro

Resumo


Introdução: O estudo da personalidade é acompanhado de diversos conceitos e abordagens teóricas, e é influente em diferentes campos de atuação psicológica. No entanto, ainda são escassas discussões e publicações sobre a definição e caracterização desse constructo. Diante disso, essa pesquisa buscou investigar como o conceito de personalidade é compreendido entre psicólogos clínicos, identificando as bases teóricas mais utilizadas na realidade dos consultórios, e confrontando-as com as publicações na área da psicologia da personalidade. Objetivo: Identificar como os psicólogos clínicos de Juiz de Fora e região compreendem o conceito de personalidade. Metodologia: Primeiro, foi realizado um levantamento bibliográfico no Scielo Brasil, entre os anos de 2013 a 2018, com a palavra-chave ‘Personalidade e Psicologia’. Na segunda etapa, realizou-se um levantamento online acerca da definição do construto personalidade junto a psicólogos clínicos de Juiz de Fora e região, com no mínimo três anos de experiência clínica. Foi feito um estudo piloto para verificar a necessidade de revisão e alterações no questionário elaborado, e, após a aprovação do Comitê de Ética, procedeu-se à coleta de dados. Resultados e Discussão: Dos 23 artigos encontrados no Scielo Brasil, apenas 10 foram analisados. Os demais foram excluídos por estarem publicados em inglês ou por não tratarem diretamente do tema da pesquisa. Na análise, observou-se que 07 artigos embasaram-se na Teoria dos Cinco Grandes Fatores de Personalidade, sendo assim, a definição mais freqüente foi a que caracteriza a personalidade como uma organização relativamente estável de traços, que determinam modos típicos de comportamentos, pensamentos e sentimentos. Esse dado difere do levantamento online, onde observamos que, dos 21 participantes, apenas 01 citou essa abordagem. Na definição de personalidade predominou a perspectiva psicodinâmica da Psicanálise (07 profissionais), seguida da abordagem da Terapia Cognitivo-Comportamental (05 profissionais), e do Behaviorismo (02 profissionais). No entanto, cabe observar que, no geral, 06 profissionais apresentaram uma definição de personalidade como padrões típicos e persistes de ação, o que os aproxima da concepção presente na Teoria dos Traços, ainda que afirmassem embasá-la em outras teorias. Isso pode sugerir uma fragilidade na formação teórica, favorecida pela própria diversidade e confusão conceitual presente na área da psicologia da personalidade, mas também pode sinalizar uma crescente incorporação da Teoria dos Traços a outras teorias e à prática clínica. Conclusão: Com o avanço de nossa análise, esperamos ter mais evidências que permitam caracterizar a formação e publicação nacional sobre o conceito de personalidade, especialmente na prática clínica.

 

 


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ISSN 2179-1589

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