REVISTA DE TRABALHOS ACADÊMICOS – CENTRO UNIVERSO JUIZ DE FORA, No 13 (2021)

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O AVANÇO TECNOLÓGICO E SUA RELAÇÃO COM AS DOENÇAS PSÍQUICAS

Roseane Ribeiro Mendonça, Luana Silveira Lima, Ayla Fernanda França, Matheus Ferreira Barros Oliveira, João Vitor Miguel

Resumo


Introdução: Com o avanço da tecnologia nos últimos tempos e a disseminação do acesso à internet, houve uma revolução nos relacionamentos interpessoais, modificando aspectos do cotidiano e se tornando cada dia mais necessária no meio social. O papel que o uso da internet tem em nosso dia a dia e a forma constante com que nos relacionamos através dela pode levar ao uso extremo das novas tecnologias, podendo inclusive se caracterizar como uma dependência. Dependência tecnológica pode ser considerada um transtorno estabelecido pela inabilidade de controlar o uso de tecnologia (internet, jogos eletrônicos, smartphones) sendo nocivo para as principais áreas da vida do indivíduo, como, a vida pessoal e profissional. Infelizmente, tal situação torna-se um fenômeno global, e que pode vir associado a outros transtornos psiquiátricos. Objetivos: Discutir os malefícios que a utilização desmedida da tecnologia pode causar, buscando entender as correlações da tecnologia com as doenças psíquicas através de uma análise de como a sociedade se relaciona com as novas tecnologias, mais especificamente no Brasil, além de demonstrar como o uso de tecnologias impacta nas relações humanas em seus diferentes níveis e estabelecer uma conexão entre o avanço tecnológico e o adoecimento psíquico da sociedade brasileira contemporânea. Metodologia: Revisão narrativa por pesquisa bibliográfica de artigos encontrados no Scielo (Scientific Eletronic Library Online), Pepsic (Periódicos Eletrônicos em Psicologia) e Lilacs (Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde). Resultados/Discussão: A partir da década de 1990, quando a Internet passou a ser um meio de comunicação e não apenas uma ferramenta para uso militar, surge o ciberespaço por meio do qual a sociedade se comunica virtualmente, possibilitando o encurtamento de distâncias e facilitando o acesso a informações. Isso favoreceu o surgimento de novas experiências, comportamentos e configurações de vida. Além disso, há uma modificação de narrativas e da representação do eu que passa a compartilhar vivências irrelevantes, categorizadas como relatos autobiográficos na Web, criados performaticamente por indivíduos que querem ser ouvidos e vistos e fazem isto de forma alterdirigida ao olhar do outro, gerando uma necessidade de estar em interação, buscando que o outro valide suas ações. Dessa forma, a vida pública se sobrepõe a vida privada e surge o desejo de se viver vidas alheias. Conclusão: O diagnóstico da dependência de internet ainda apresenta algumas limitações, especialmente na diferenciação entre o uso patológico e aquele considerado normal. Isso acontece por diversos motivos. Um deles se dá porque a internet é um instrumento de frequente acesso, o que pode ocultar a dependência em diversas situações. Sendo assim, podemos repensar o diagnóstico entre as situações nas quais o indivíduo utiliza as tecnologias de modo saudável e a de caráter prejudicial, na qual o usuário não consegue mais controlar a necessidade e o tempo em que passa na internet. Também deve se considerar a falta de critérios técnicos e instrumentos apropriados para a mensuração desse uso, por se tratar de um tema recente.


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ISSN 2179-1589

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