REVISTA DE TRABALHOS ACADÊMICOS – CENTRO UNIVERSO JUIZ DE FORA, No 13 (2021)

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PROCESSO INFLAMATÓRIO POR APLICAÇÃO DE HORMONIOTERAPIA, REALIZADA POR VIA IM PROFUNDA, EM EQUINO: RELATO DE CASO

Juliana França Monteiro de Mendonça, Raiana Gonçalves Moreira, Raphael Moreira Fantini, Vanessa Silva Antonelli

Resumo


Introdução: A aplicação de medicamentos de cunho hormonal com a pretensão de ganho de massa muscular e crescimento corpóreo em equinos é bastante comum. Tal aplicação faz-se por via intramuscular profunda e pode, por vezes, culminar em feridas, devido a diversos problemas relacionados à manejo, assepsia e contaminação, dentre outros. A cicatrização de feridas consiste em perfeita e coordenada cascata de eventos, que resultam na reconstituição tecidual. O processo cicatricial é comum a todas as feridas e independe do agente causador. Objetivos: Realizar um relato de experiência de problemas inflamatórios relativos à aplicação de hormonioterapia em equino, da raça mangalarga marchador, por via intramuscular profunda e apresentar a terapia estabelecida no caso em questão. Metodologia: A partir do acompanhamento do caso relatado, foi realizada revisão bibliográfica sobre o tratamento de feridas por primeira e segunda intenção, possíveis tratamentos, complicações e seus causadores. Resultados/Discussão: Uma potra de dois anos e seis meses, da raça Mangalarga Marchador, com 250 kg, foi atendida com edema na região da aplicação intramuscular profunda de hormonioterapia no músculo semitendinoso. A região afetada apresentava todos os sinais clássicos de inflamação. Além disso, o animal apresentou inquietação, perda de apetite e aumento da temperatura corporal. Incialmente foi administrado ao animal 3mg/kg de fenilbutazona, por via intravenosa, durante 3 dias. O tratamento inicial não teve o efeito esperado de redução do processo inflamatório e a ferida evoluiu para um abscesso maturado. O edema e demais sinais flogísticos de inflamação se estenderam por todo o membro posterior esquerdo, culminando com a apresentação de claudicação. Constatou-se que o abscesso ocorreu em função de uma não assepsia prévia no local de aplicação da hormonioterapia. Foi efetuada a debridação local e administração de Penicilina (20.000 UI/kg, via intramuscular, dose única), gentamicina (3mg/kg, via endovenosa, por cinco dias) e Flunixina Meglumina (1 mg/kg, via endovenosa, durante três dias). Ademais, foi indicada a limpeza e assepsia do local da ferida duas vezes ao dia, com aplicação de Clorexidine degermante 2% e pomada à base de Nitrofurazona. Nesta fase do tratamento, foi sugerida a utilização de açúcar, até que houvesse a formação do tecido de granulação, mas a mesma não foi utilizada, devido ao bom prognóstico da lesão. Após quarenta dias de tratamento, limpeza diária e descanso do animal ocorreu a cicatrização da lesão.  Conclusão: No caso relatado o tratamento foi bastante eficaz e a cicatrização ocorreu de maneira normal, após as intervenções clínicas e medicamentosas, às quais foram conduzidas da maneira mais adequada às condições aquisitivas do proprietário. Ademais, foram propiciadas condições favoráveis e assepsia diária, que possibilitaram ambiente adequado e livre de microrganismos infecciosos, ocorrendo uma correta reparação cicatricial.  Ressalta-se a importância dos cuidados com a assepsia e higiene para a diminuição do grau de contaminação dos procedimentos, evitando problemas secundários e garantindo melhores resultados para o tratamento.

 

 

 


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ISSN 2179-1589

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