Introdução: Sonhos são objeto de interesse da humanidade desde a Antiguidade e permanecem sendo alvo de estudos e de diversos questionamentos a respeito de seus significados e origem. As perspectivas filosóficas e psicológicas abordam tais significados de maneira diferenciada e com um olhar arguto e atento aos diversos sentidos extraídos dos sonhos tendo em vista suas diversas formas de interpretação. Objetivos: discutir a análise dos sonhos, usando a compreensão de diferentes abordagens psicológicas, traçando paralelos e diferenciações entre elas. Assim, busca-se mais especificamente verificar o que tem sido produzido no meio acadêmico sobre a análise dos sonhos em um contexto psicoterapêutico em diferentes abordagens da psicologia, a saber, a Psicanálise, partindo das perspectivas de Freud e Jung, a Terapia Cognitiva Comportamental, a Neurociência e a Gestalt terapia. Analisar os aspectos que cada abordagem psicológica destaca como importantes para o uso do sonho no contexto clínico e compreender como as diversas abordagens psicológicas se diferem e/ou assemelham na compreensão e da análise dos sonhos na psicoterapia. Metodologia: Foi realizado um levantamento das produções acadêmicas por meio de revisão narrativa, que abordam a interpretação dos sonhos e seu uso psicoterapêutico em diferentes referenciais teóricos. Foram pesquisados textos científicos por meio de bases de dados Google Acadêmico, BVS-Psi, Scielo, Pepsic. Resultados/Discussão: Foram analisados 23 artigos, dos quais 15 foram considerados pertinentes ao tema e utilizados na discussão do referencial teórico da pesquisa. Em um primeiro momento, aborda-se como cada uma das abordagens maneja o sonho, descrevendo os principais aspectos observados em relação ao processo onírico, seu conteúdo e relação com a terapia. Na segunda parte, realiza-se uma análise integrativa mostrando as semelhanças e diferenças entre as diferentes abordagens. Na perspectiva da Teoria Cognitiva Comportamental os sonhos são interpretados como tendo relação com a personalidade do sonhador. A Gestalt-terapia compreende que desenvolver um trabalho com sonhos potencializa a integração da pessoa, fazendo com que seus conflitos e dificuldades interiores sejam expressos para que seja possível manifestar, de uma maneia mais profunda, o seu existir. Já para a Psicanálise, em Freud, o sonho é visto como um mecanismo do inconsciente para evocar feridas psíquicas e sua interpretação um meio de curá-las, enquanto para Jung os sonhos constituem expressões claras da mente inconsciente, defendendo que a função dos nossos sonhos é individual, estando ela ligada à personalidade de cada um. Para a Neurociência os sonhos são uma forma de eliminação de memórias hipotéticas para o reequilíbrio do sistema neural. Conclusão: É possível refletir sobre como tais perspectivas, filosóficas e psicológicas, abordam os sonhos de maneira diferenciada. Pode-se concluir que ainda não são encontradas abordagens integrativas na compreensão do uso dos sonhos em contexto psicoterapêutico, o que se mostra interessante para estudos futuros.