O suicídio é um ato complexo, alvo do estudo de muitas matérias, que, a depender da visão de estudo, pode ser considerado um ato individual ou social. Existem ainda culturas suicidas, nas quais o sujeito que não alcança determinados padrões, é banido ou considerado marginal à esta sociedade. Uma das definições de suicídio aborda um ato intencional humano, cuja consequência é a morte do próprio sujeito que o pratica. Quando não há êxito da intenção, o ato é considerado tentativa de suicídio. O suicídio é o tipo de morte que interrompe abruptamente a vida do ser humano; foge à regra natural da vida causando a incompreensão e impotência dos que permanecem vivos. A religião trata como pecado onde o ser humano não tem o direito de ceifar sua própria vida, a qual Deus deu então somente ele a pode tirar; para a sociedade, o suicídio é um grave problema de saúde pública; para o psicólogo é um desafio a ser compreendido.O suicídio também pode ser compreendido em um continuum entre a ideação suicida, a tentativa de suicídio e o suicídio consumado. Na teoria existencial fenomenológica, uma premissa é que a existência precede a essência, em que o ser no início é nada, e depois com sua liberdade de escolher, projeta a sua vida e escolhe seus caminhos, daí vai construindo a sua essência, e essa construção só termina com a morte. A teoria traz alguns conceitos como daisen (condição de ser do indivíduo que possui inúmeras possibilidades), ser-no-mundo, ser-para-a morte, que ao serem analisados e correlacionados justificam a visão do suicídio nesta teoria. Trabalhar com o tema do suicídio inclui lidar com questões existenciais, tais como: falta de sentido, solidão, tédio, medo, sofrimento, agonia e ajustamentos criativos disfuncionais etc. O objetivo da terapia existencial é facilitar o autoconhecimento do cliente a passar a ter uma autonomia psicológica suficiente para que ele possa assumir livremente a sua existência, os diversos autores desta teoria definem de forma diferente a finalidade da psicoterapia existencial, é um método que vai ao encontro do real significado das coisas. O acompanhamento a este sujeito precisa ser em tempo integral, por isso é tão importante contar com o apoio da família e do uso de medicamentos. Uma terapia é um processo que pode ajudar a levar o indivíduo ao autoconhecimento, fazendo com que este sujeito reflita sobre as razões que podem estar impedindo seu crescimento pessoal. O terapeuta será aquele que prontamente estará ali para auxiliar e será capaz de refletir com imparcialidade emocional sobre as questões que afetam o sujeito com níveis tão profundos de sofrimento. A abordagem fenomenológica é a que apresenta maior concordância no que diz respeito à liberdade do paciente, mesmo se a decisão final for o suicídio.

Palavra-chave: Acolhimento; Saúde Pública; Terapia