REVISTA ACADÊMICA UNIVERSO SALVADOR, Vol. 2, No 4 (2016)

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UMA REFLEXÃO SOBRE A TEMÁTICA DA MEDICALIZAÇÃO SOB A ÓTICA DA PSICANÁLISE

Alice Navarro de Brito, Roberta Ferreira Takei

Resumo


Este artigo pretende analisar a relação medicalização-subjetivação sob a ótica da psicanálise, a partir da abordagem que esta teoria apresenta de buscar sempre valorizar a ótica do sujeito Para isso, discutir-se-á sobre o panorama histórico do processo de medicalização e como ele foi se tornando parte do cotidiano das pessoas, no intuito de traçar um esboço sobre o tema; depois comparar-se-á as visões da psicologia e da psicanálise, marcando a diferença dessas duas áreas na forma de conceber a medicalização e, por último, esboçar alternativas da psicanálise, para além da medicalização. Trata-se de um estudo de revisão bibliográfica, principalmente de artigos brasileiros dos últimos dez anos, que conta com as pesquisas de Moreira e Romagnoli (2007), Calazans e Lustoza (2008), Edington (2016), dentre outros autores que tratam do tema. Conclui-se que a medicalização constitui-se, atualmente, como um problema, ao se pensar no bem-estar da mente. Isso porque tem sido utilizada como único método terapêutico na busca da cura, que parece, nesse cenário, como algo cada vez mais distante, pois em vez de perceber-se o indivíduo medicalizado sair do estado de doença para um estado de saúde, é comum ver-se homens-zumbis. Na maioria dos casos, pacientes psiquiátricos que têm suas dores adormecidas por uma medicação que lhes tira a subjetividade, em busca de uma “normalidade”. A psicologia e a psicanálise colocam-se como uma via alternativa a esse processo de adoecimento, não necessariamente excluindo a medicalização, mas dando voz ao sujeito para que ele possa encontrar seu processo de cura ou de ressignificação da doença. 


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ISSN 2179-1589

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