REVISTA ACADÊMICA UNIVERSO SALVADOR, Vol. 2, No 4 (2016)

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QUALIDADE DE VIDA DOS PROFISSIONAIS DO SEXO.

Clarisse Silva Alves, Danila Oliveira Gonçalves, Elias Araujo Santos, Mayara Bonfim Oliveira, Taís Bezerra Costa, Patricia Campello Campello

Resumo


Varias áreas do saber nos dias atuais buscou definir a qualidade de vida. Algumas teorias como a do funcionalista Christopher Boorse nos anos 70, a definiu como a ausência de doenças. As ciências humanas sobre tudo a psicologia entende que essa é uma conjectura arbitrária, pois essa é uma inferência reducionista do homem e seus fenômenos sendo este um ser biopsicossocial, ou seja, o homem não é apenas formado pelo corpo físico e sim um ser constituído a partir das vivências socioculturais. Neste sentido buscamos o método científico de pesquisa através de entrevista estruturada e semi-estruturada, sendo este construído em grupo na sala de aula do 5º semestre do curso de psicologia da Universidade Salgado de Oliveira, e aplicado em um grupo específico de profissionais liberais, buscando inferir acerca da qualidade de vida dos profissionais do sexo da cidade de Salvador. Buscamos estudar uma classe de profissionais que sofre com o estigma social do preconceito dos mais diversos segmentos da sociedade que não os enxergam como profissionais, uma classe que sofre com a invisibilidade das políticas publicas e sociais. Pode-se constatar a partir das entrevistas um elevado nível de sofrimento psíquico e de vulnerabilidade social desse determinado grupo. A cada 12 entrevistados, quatro relataram sentir em algum momento ansiedade, cinco informaram sentir algum sintoma de depressão, em vários momentos, enquanto dois, relataram sentir sempre. Outros relatos notórios desses indivíduos, diz respeito às questões socioeconômicas. Em sua maioria relataram não receber uma remuneração o suficiente para sua subsistência e já ter sofrido em algum momento algum tipo de violência seja verbal ou física pelos usuários de seus serviços. A rejeição da família e da sociedade também foi bastante descrita durante a pesquisa. Postulado esses dados interpretemos a qualidade de vida sob a ótica dos direitos humanos e do grupo de qualidade de vida da divisão da saúde mental da OMS, que a define como "a percepção do indivíduo de sua posição na vida no contexto da cultura e sistema de valores nos quais ele vive e em relação aos seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações" (WHOKOL GROUP, 1994). Observamos então no determinado grupo em pesquisa, ausência de fatores determinantes da qualidade de vida, sendo perceptível também que esses profissionais possuem uma falsa associação da qualidade de vida atrelada a questões de poder aquisitivo, ignorando a importância dos fatores psíquicos na saúde física e mental. Frente a esses fatos percebemos a importância do atuar de profissionais das mais diversas áreas com ênfase a saúde mental. Em nosso pais, não há uma atenção básica para prevenção de doenças através de um atendimento primário e assistência psicológica, fator que agrava para a categoria de profissionais específicos da pesquisa que sofre com um sistema restritivo e excludente, o qual o denominamos social e democrático!

Palavras chaves: profissionais do sexo, saúde mental, exclusão social.




ISSN 2179-1589

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