REVISTA ACADÊMICA UNIVERSO SALVADOR, Vol. 3, No 6 (2017)

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Evidenciação de cepas multirresistentes de Pseudomonas aeruginosa em equipamentos médicos.

Victor José Uchoa de Carvalho, Magda Helena Rocha Dantas, Carina Estrela Moita, Maria Clara Diniz de Oliveira

Resumo


A adoção das normas de biossegurança torna-se imprescindível, para que seja evitada contaminação cruzada nos ambientes clínicos-odontológicos. Essa contaminação pode-se dar por diversos meios, e quando os procedimentos de esterilização, desinfecção e anti-sepsia não são devidamente executados pelo profissional, o controle das infecções torna-se ainda mais dificultado (SILVA; JORGE, 2002). A preocupação no controle dos microrganismos tornou-se mais evidente com a descoberta do vírus HIV, quando a partir de então maiores cuidados foram tomados para evitar a disseminação de diversas doenças infecto-contagiosas. (VELANO et al, 2001). Entretanto, o controle de microrganismos no ambiente médico torna-se um desafio ao profissional, visto que alguns equipamentos frequentemente utilizados, tais como: a turbina de alta rotação e a seringa tríplice, produzem aerossóis constantemente, facilitando assim a propagação dos microrganismos no ambiente (SILVA; JORGE, 2002;  RUSSO et al, 2000). Segundo Russo et al (2000), além dos aerossóis produzidos, existe ainda um outro risco de infecção quando a turbina e a seringa tríplice são utilizados: a probabilidade de ocorrer um refluxo dos microrganismos para o interior do lúmen desses equipamentos, facilitando assim uma contínua recontaminação. Deve-se ainda atentar para o fato de que os microrganismos também podem ser veiculados através da água que passa por estes equipamentos e este fato ocorre devido à formação de biofilme no interior da tubulação dos sistemas de condução de água, permitindo assim a sua contaminação (GUGELMIN et al, 2003; SZYMANSKA, 2003).            Bactérias, tais como: Pseudomonas aeruginosa e Staphylococcus aureus, de nutrição pouco exigente, são frequentemente encontradas nos encanamentos e conexões de plásticos, pois este material fornece uma fonte de carbono para o seu metabolismo, favorecendo a formação de uma cobertura lodosa, o que dificulta a ação dos desinfetantes (VELANO et al, 2001). Em consultórios odontológicos, pode-se verificar a formação de biofilmes, principalmente na tubulação de determinados equipamentos, como: a seringa tríplice. Este ítem da clínica odontológica apresenta-se constituído de uma pequena canaleta com diâmetro reduzido, por onde circulam ar e água. No interior do orifício da seringa tríplice pode-se formar naturalmente o biofilme, cuja aderência de certas espécies é facilitada pelas irregularidades microscópicas existentes na superfície interna dos condutores de água. Portanto, quando a água passa por esses orifícios, muitos desses microrganismos podem desprender-se e serem levados à cavidade oral, podendo assim causar aos indivíduo sérios problemas de saúde, principalmente os imunodeficientes (SZYMANSKA, 2003). Torna-se de vital importância a adoção de medidas que visem o controle de infecção em clínicas odontológicas, tal como: o uso de produtos químicos que possibilitaria uma maior redução no número desses microrganismos, assim como o uso de seringas tríplices autoclavéveis seria de imprescindível importância para reduzir a formação de biofilmes. Portanto, a linha de água do equipo odontológico é uma importante fonte de contaminação cruzada nos consultórios dentários e medidas de biossegurança são importantes para prevenir a disseminação deste tipo de contaminação nas clínicas (GUGELMIN et al, 2003).

 

Palavras chaves: Pseudomonas aeruginosa, biossegurança, resistência bacteriana




ISSN 2179-1589

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