REVISTA ACADÊMICA UNIVERSO SALVADOR, Vol. 3, No 6 (2017)

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ODONTOLOGIA DO TRABALHO E SUA RELEVÂNCIA NO ATUAL CENÁRIO BRASILEIRO

Victor José Carvalho, Maria Clara Oliveira

Resumo


A complexidade da vida contemporânea alterou as condições e a qualidade de vida da população, o que causou mudanças no perfil das doenças e agravos à saúde. Essas mudanças também se refletem na transição epidemiológica brasileira, persistindo, de um lado, as doenças que emergem e/ou reemergem, como as infectocontagiosas, e, de outro, a predominância de condições crônicas, freqüentemente referidas como doenças e agravos não transmissíveis. As doenças crônicas podem se desenvolver a partir de modos de vida, sendo considerados fatores de risco a alimentação inadequada, a falta de atividade física e o tabagismo. O sedentarismo tem sido considerado como o fator de risco mais prevalente na população, independentemente do sexo. Associada a pouca atividade física, a alimentação inadequada vem contribuindo para aumentar o número de obesos. De acordo com estimativas globais da Organização Mundial de Saúde (OMS), mais de um bilhão de adultos apresentam excesso de peso, sendo 300 milhões considerados obesos. (CÂMARA et al., 2012 - 12). Nas últimas décadas, duas importantes intervenções em saúde bucal foram fortemente expandidas em todo o país, tendo como referência o princípio constitucional da universalização das ações e serviços de saúde, inclusive de saúde bucal. A fluoretação da água de abastecimento público e o atendimento odontológico na rede pública do Sistema Único de Saúde (SUS) superaram a restrição histórica dessa modalidade assistencial ao grupo materno-infantil, notadamente aos escolares (ANTUNES e NARVAI, 2010- 4). Estudos epidemiológicos demonstram que a ocorrência de dor é a razão principal pelas quais 75 a 80% das pessoas procuram os serviços de saúde; a dor crônica acomete entre 30 e 40% da população brasileira, representando a principal causa de absenteísmo, licenças médicas, aposentadorias por doença, indenizações trabalhistas e baixa produtividade no trabalho; a dor é uma das principais causas do sofrimento humano, gerando incapacidades, comprometimento da qualidade de vida, constituindo-se, dessa forma, grave problema para a saúde pública. As dores de dente fazem parte daquelas mais comuns que afetam a humanidade. Por causa do fracasso em manejar os determinantes sociais e materiais para incorporar saúde bucal dentro de promoção de saúde geral, milhões de pessoas sofrem dor de dente, têm pobre qualidade de vida e alta prevalência de dentes perdidos (MIOTTO, SILOTTI, BARCELLOS, 2012 - 23).

            Portanto, o objeto de saúde do trabalhador pode ser definido como o processo saúde e doença dos grupos humanos, em relação com o trabalho. A saúde ocupacional é uma divisão da Medicina Preventiva, que trata da saúde do trabalhador no ambiente de trabalho. As melhorias nas condições de ambiente e do exercício do trabalho tem como objetivo principal diminuir o custo social com os acidentes de trabalho, valorizar a auto estima e proporcionar a melhoria contínua da qualidade de vida dos trabalhadores. Nesse ínterim, a Odontologia do trabalho surgiu de forma significativa na tentativa de solucionar diversos problemas relacionados ao processo de trabalho (saúde ocupacional).

 

Palavras chaves: Odontologia do trabalho, qualidade de vida, acidentes de trabalho




ISSN 2179-1589

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