REVISTA ACADÊMICA UNIVERSO SALVADOR, Vol. 2, No 4 (2016)

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A SOCIEDADE PÓS INDUSTRIAL: OS IMPACTOS NO SENTIDO DA VIDA E NOS SISTEMAS DE VALORES SOCIETÁRIOS

Lílian Marcia de Mello Athayde

Resumo


.SCHAFF, Adam[1]A sociedade informática: as conseqüências sociais da segunda revolução industrial. Tradução Carlos E. J. Machado e Luiz Arturo Obojes. São Paulo: Editora da Universidade Paulista: Brasiliense, 1995. A sociedade informática foi publicada em 1985, apresentada como uma obra de futurologia sócio-política. Schaff intenciona responder ao questionamento: "que futuro nos aguarda?" Reflete sobre a sociedade emergente, caracterizada pela nova onda tecnológica; educação e cultura; estilo de vida; a influência da tecnologia e do desenvolvimento sobre as religiões e sobre a atração que estas exercem nas pessoas. Reflete sobre as estruturas políticas que virão. As suas discussões, sobre a influência da informação nas estruturas de poder e na política, são particularmente interessantes, sendo suas reflexões conduzidas de forma diferenciada em relação aos países capitalistas e marxistas. Por ser um pensador marxista, a sua linha reflexiva tenderá a seguir essa perspectiva. Situa que o século XX, nas suas três últimas décadas, vivenciou profundas mudanças societárias reveladas por uma revolução da microeletrônica, possibilitando uma visão duplamente paradoxal: de um lado o desenvolvimento da sociedade em termos científico-tecnológicos e sociais, e do outro, as ameaças inerentes à esse desenvolvimento.  Esse momento é situado por ele como a 2ª Revolução Industrial. A sociedade informática, também chamada de sociedade pós-industrial, é referenciada pela globalização e pela técnica, com grande destaque para a produção econômica direcionada ao setor de serviços e com  acentuado emprego do conhecimento devido às inovações tecnológicas advindas da tecnologia da comunicação,  microeletrônica, da informática .  Essa Revolução levaria o ser humano a um aumento das capacidades intelectuais e a uma condição bem significativa- a sua substituição por autômatos, trazendo o fim do trabalho humano na sociedade, e o caminho para uma sociedade informática. Situa a revolução técnico-científica a partir de três feições: a microeletrônica (relacionada a revolução tecnológico- industrial); a microbiologia e a engenharia genética; e a revolução energética. Analisa como essa revolução vai impactar no sentido da vida e nos sistemas de valores societários, como essa sociedade informática irá contribuir para a efetivação do ideal humanista de universalidade, de cultura internacional e de cidadão do mundo formado para agir e viver globalmente. Analisa as relações de poder e sistemas políticos, na dimensão da concepção de Estado quanto às suas funções e dilemas de eficiência e eficácia para responder às demandas da sociedade civil: um estado centralizado ou descentralizado; ou um governo local ou autogoverno? Finaliza ressaltando a importância das mudanças vivenciadas e que com grande probabilidade serão intensificadas nos próximos anos, colocando a grande responsabilidade que temos sobre a consciência para as ações pertinentes e que esta deverá ser assumida "por aquelas forças sociais que de um modo ou de outro organizam grandes massas humanas e gozam de sua confiança", não deixando, porém, de alertar o quanto essas forças sociais não estão sinalizando com movimentos para este sentido.

Palavras chave: Globalização; revolução industrial; informática; tecnologia; sociedade; informação.


[1]Adam Schaff- Estudou na École de Sciences Politiques et Economiques de Paris. Em 1945 doutorou-se em Filosofia. Professor dessa matéria, inicialmente em Lodz, transferiu-se posteriormente para Varsóvia. Membro da Academia Polonesa de Ciências e do Clube de Roma, tornou-se Diretor do Instituto de Filosofia e Sociologia. Mais tarde trabalhou também em Viena. É autor de vasta bibliografia referente a assuntos de Filosofia e Ciências Humanas.




ISSN 2179-1589

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