REVISTA ACADÊMICA UNIVERSO SALVADOR, Vol. 2, No 4 (2016)

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A IDENTIDADE CULTURAL NA MODERNIDADE TARDIA

Lílian Marcia de Mello Athayde

Resumo


HALL, Stuart[1]. A identidade cultural na pós-modernidade. Tradução Tomaz Tadeu da Silva, Guaracira Lopes Louro. Rio de Janeiro: DP&A, 2002. Hall analisa proposições sobre questões que envolvem a identidade cultural na modernidade tardia, propondo uma avaliação sobre a possibilidade da existência de uma crise de identidade e quais os rumos que essa estaria tomando. Assim, as análises sobre a identidade se constituem no eixo central e norteador das suas considerações. Analisa questões como conceitos de identidade e sujeito; identidades culturais, o descentramento do sujeito; identidade e diferença; dimensão tempo-espaço e a identidade; e a dialética das identidades. A abordagem sobre o descentramento proporcionado pela modernidade é especialmente muito interessante, pois situa a identidade moderna como sendo deslocada ou fragmentada, distanciando o indivíduo de sua dimensão tempo-espaço, causando uma desreferencialização quanto à sua percepção de indivíduo social, mudando nossas identidades pessoais, a nossa concepção de sujeito integrado, “é a perda de um sentido de si”, conforme Hall. Apresenta e discute três concepções de identidade: a do sujeito do Iluminismo (sujeito centrado e individualista, dotado de consciência e de ação); a do sujeito sociológico (concepção interativa entre o eu e a sociedade) e a do sujeito pós-moderno( sujeito fragmentado, de várias identidades provisórias e contraditórias, definida historicamente em oposição ao biológico). A globalização e seus efeitos serão também analisados, pois causam impactos sobre as identidades culturais, na medida em que causa a homogeneização da cultura e das identidades locais, causando uma compressão do espaço-tempo, e a aceleração dos processos globais, tornando esse espaço uma “aldeia global”. Hall argumenta que a identidade está fortemente relacionada ao processo de representação, resignificando a moldagem e remoldagem de relações espaço-tempo, pois todo sistema de representação traduz seu objeto em dimensões espaciais e temporais. “Todas as identidades estão localizadas no espaço e no tempo simbólicos”. À medida que a vida em sociedade se dá em torno do mercado global de estilos lugares e imagens, mais as identidades se tornam fragmentadas, porque se deslocam da percepção do vínculo, do pertencimento numa significância em relação ao tempo-espaço. O autor conclui referenciando que a globalização, tende a ser integrante do “lento e desigual, mas continuado, descentramento do ocidente”.

Palavras chave: Pós- modernidade; Identidade; Cultura; Globalização.


[1] Stuart Hall: (Kingston3 de fevereiro de 1932Londres10 de fevereiro de 2014). Foi um teórico cultural e sociólogo jamaicano que viveu e atuou no Reino Unido a partir de 1951. Hall, juntamente com Richard Hoggart e Raymond Williams, foi uma das figuras fundadoras da escola de pensamento que hoje é conhecida como Estudos Culturais britânicos ou a escola Birmingham dos Estudos Culturais. Foi presidente da Associação Britânica de Sociologia entre 1995 e 1997. O jornal britânico The Observer o chamou de "um dos principais teóricos culturais do país".




ISSN 2179-1589

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