REVISTA DE TRABALHOS ACADÊMICOS-CAMPUS NITERÓI, Nº. 01 - XII Jornada Científica - Suplemento - 2010

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AFERIÇÃO DA PRESSÃO ARTERIAL PELO MÉTODO AUSCULTATÓRIO DURANTE O EXERCÍCIO RESISTIDO: UMA CRÍTICA QUANTO A SUA UTILIZAÇÃO.

Bruna Medeiros Neves, Antonio Gil Castinheiras Neto, Paulo de Tarso Veras Farinatti

Resumo


Introdução: A medida da pressão arterial (PA) pelo método indireto auscultatório vem sendo utilizada durante o exercício resistido (ER). Objetivo: Revisar a literatura e selecionar estudos que analisaram as respostas pressóricas durante o ER. Métodos: Foram incluídos estudos que utilizaram o método auscultatório para a aferição da PA durante o ER, publicados nos anos de 2003 a 2010. Um total de 14 estudos atendeu aos critérios de inclusão e foram analisados quanto a: 1) Composição da amostra; 2) Escolha dos exercícios para as sessões de ER; 3) Confiabilidade intra e inter-avaliadores para a medida da PA no repouso e em exercício (aferida pelo coeficiente de correlação intraclasse - ICC); 4) Utilização das recomendações de Polito e Farinatti (2003) para a avaliação da PA no ER e 5) Utilização do método Duplo-Cego para a coleta dos dados. Utilizou-se a estatística descritiva para analisar a proporção dos dados. Resultados: Em relação à composição da amostra dos estudos, a maioria (78,6%) utilizou jovens e 21,4% idosos, ambos aparentemente saudáveis, média de idade (26,3±5 e 70,4±6,5 anos, respectivamente). Quanto aos exercícios selecionados para análise da PA, 57% dos estudos utilizaram exercícios para membros inferiores (43% para leg-press e cadeira extensora). Em relação à utilização do ICC para determinação da qualidade e significado dos dados, apenas 14% o descreveu para medidas de repouso e exercício e outros 7% a realizou apenas no repouso. Quanto aos que fizeram referência às recomendações de Polito e Farinatti (2003), 28,6% basearam-se nas orientações, 35,7% referiram-na de maneira incompleta ou incorreta e outros 35,7% não seguiram padronização alguma. Apenas 7% dos estudos realizaram o método Duplo-Cego. Conclusão: A qualidade metodológica dos estudos pode ser questionada, uma vez que a maioria dos estudos apresenta metodologia extremamente frágil e/ou duvidosa, tornando-se pouco reprodutíveis e passíveis de uma margem de erro desconhecida. Torna-se necessário que estudos futuros esclareçam de maneira detalhada os padrões que seguiram durante a medida, com o intuito de aumentar a fidedignidade e validade dos valores obtidos.



ISSN 2179-1589
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