REVISTA DE TRABALHOS ACADÊMICOS-CAMPUS NITERÓI, Nº15 - Trabalhos Científicos BRASIL

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O PROCESSO DE PROTETIZAÇÃO E QUALIDADE DE VIDA: PERCEPÇÕES DOS PACIENTES AMPUTADOS

Natália Fernandes de Araújo Silva, Maria Cristina Salimena, Arthur de Sá Ferreira, Leandro Dias Araújo

Resumo


A amputação acarreta mudanças físicas, psicológicas, sociais e financeiras. Com isto, a finalidade deste trabalho é comparar a qualidade de vida dos pacientes na fase pré - protetização e fase protética e suas percepções quanto ao processo de protetização. A população deste estudo compreendeu 20 pacientes com amputação do membro inferior divididos em dois grupos, nos quais um grupo foi de amputados na fase pré - protetização (n=10) com intervalo de até 1 ano de amputação. O outro grupo foi de amputados na fase de protética (n=10) que estavam até há 2 meses da alta prevista. Nesta pesquisa foram incluídos indivíduos de ambos os sexos, com idades entre 50 a 70 anos que sofreram amputação de membro inferior por qualquer causa e nível de amputação. Todos os participantes foram conduzidos a responder ao Questionário Sociodemográfico e Clínico, Critério de Classificação Econômica Brasil 2015 e o de Qualidade de Vida WHO QoL- Bref. Após a aplicação dos questionários quantitativos, o grupo de pacientes na fase protética foi submetido à entrevista a fim de conhecer suas percepções sobre o processo. Em relação à QV houve mesmo resultado para os participantes da fase pré- protetização e fase protética classificando- a como regular. E o escore saúde aumentou nos participantes da fase protética em relação aos da fase pré- protetização a classificando como boa. Nos domínios físico e social aumentaram a classificação como regular nos participantes da fase protética em comparação com os da fase pré- protetização. Os domínios psicológico e geral foram classificados como regular nos participantes das duas fases. Já no domínio meio ambiente houve piora nos participantes da fase protética em relação à fase pré- protetização a classificando como necessita melhorar. As questões ligadas às percepções dos amputados na fase protética em relação ao processo de protetização obtiveram as maiores frequências na resposta quanto aos sentimentos de ser amputado: tristeza; quanto às expectativas do tratamento: adaptação rápida à prótese; quanto as dificuldades que enfrentou no período de protetização: equilíbrio e medo; quanto ao que a protetização trouxe: liberdade e independência; quanto a diferença observada antes de amputar e na protetização: tem limitação mesmo com a prótese. Conclui-se a amputação e a fase protética tiveram impacto na qualidade de vida e percepções dos amputados com diferenças comportamentais, sociais e financeiras. Cabe ao indivíduo a busca por alternativas para viver com qualidade, à sociedade sua integração digna no meio comum e à profissão fisioterapeuta uma melhor assistência na reabilitação com a valorização das capacidades residuais, apesar da incompletude do corpo.

Palavras chaves: amputação, qualidade de vida, aspectos psicológicos, protetização de membro inferior, recuperação funcional.

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ISSN 2179-1589
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