A identificação humana por vezes é muito difícil ou requer maior agilidade, seja em foro civil, administrativo, criminal ou trabalhista. Neste âmbito, a atuação dos odontolegistas pode ser decisiva para o sucesso pericial, com uso de metodologias específicas. O objetivo deste trabalho é apresentar dois diferentes métodos biométricos cujo uso tem crescido dentro da prática de Odontologia Forense: queiloscopia e rugoscopia. A queiloscopia ou interpretação das dimensões (grossura e disposição de comissura) e impressões labiais do indivíduo (padrões: vertical, interseccionado, ramificado, reticular ou indeterminado) tem como principal benefício a determinação de idade e de gênero (dimorfismo sexual), embora fatores locais como feridas e doenças de pele possam interferir negativamente na precisão dos registros. A rugoscopia palatina ou palatoscopia consiste no estudo das pregas da mucosa oral desta região (padrões: curvas, lineares, onduladas, ramificadas ou anômalas) e tem como principais benefícios a invariabilidade durante a vida e a unicidade em casos de edentulismo, embora não contribua na determinação de idade e de gênero e ainda longo período post mortem seja desfavorável para análise devido à cadaverização. Ambas as técnicas biométricas que utilizam tais tecidos moles bucais sugerem grande potencial de aplicação e desenvolvimento, devido à praticabilidade ou fácil coleta, à possibilidade de classificação ou reprodutibilidade e à individualização humana, em especial quando registros clínicos ou ante mortem são realizados. Conclui-se que a queiloscopia e a rugoscopia utilizadas como métodos biométricos possuem tanto aspectos favoráveis quanto limitações, que devem ser considerados com critério para garantir maior acurácia e rapidez ao processo investigativo.