O suicídio representa um sério problema de saúde pública, assim podemos afirmar que a prevenção do comportamento suicida não é uma tarefa fácil, o que requer um debate constante dessa temática. Entre 2010 e 2019, ocorreram no Brasil 112.230 mortes por suicídio, com um aumento de 43% no número anual de mortes, de 9.454 em 2010, para 13.523 em 2019 (BRASIL, 2021). Vale destacar, que a enfermagem tem papel fundamental em disseminar conhecimento através de ações educativas em saúde. É de suma importância conscientizar a sociedade na busca de uma cultura de ações voltadas à prevenção do suicídio, proporcionando ações diretas, integrando os conhecimentos científicos aos conhecimentos populares, e consequentemente fortalecendo os elos do ensino, pesquisa e extensão, o que eleva o valor da dignidade humana como meta central dessa atividade, na tentativa de diminuir os riscos de suicídio. O objetivo foi capacitar adolescentes acerca da intervenção em casos iminentes de suicídio e as medidas de prevenção.Trata-se de um projeto de intervenção promovido por um discente do 2º período do curso de Enfermagem. A ação educativa foi realizada na Escola Estadual Cândido Portinari localizada no bairro Salgado Filho no município de Belo Horizonte. Os sujeitos foram aproximadamente 60 discentes do ensino médio com faixa etária entre 15 e 17 anos. Utilizouse uma apresentação em PowerPoint para contextualizar o tema proposto. Além disso, um trecho do documentário “A Ponte” foi assistido, gerando uma discussão ativa com o apoio de um hipotético estudo de caso. Percebe-se a importância da educação em saúde como promotora de conhecimento, podendo garantir para o indivíduo uma compreensão melhor sobre o sujeito no processo suicida e suas formas de prevenção e detecção. O projeto de intervenção evidenciou a importância do questionamento que deve ser feito sobre os fatores que podem levar o indivíduo ao suicídio: a constante comparação, principalmente em redes sociais, a pressão da concorrência no mercado de trabalho, a busca pela perfeição de algo, o excesso de cobrança nas atividades diárias, o estresse acadêmico e profissional. Diante do exposto, percebe-se que não há uma solução padronizada quando o assunto é suicídio, por isso é fundamental abrir caminhos para que esse tema possa emergir nos diálogos da sociedade, a fim de reconhecê-lo como um problema de saúde pública e tratá-lo de forma humanizada, respeitando o fato de que cada indivíduo é um ser único com seus anseios e sofrimentos pessoais. Dessa forma, pode-se desenvolver ações mais assertivas e reduzir o índice de suicídio.

ISSN 2179-1589