REVISTA DE TRABALHOS ACADÊMICOS – UNIVERSO BELO HORIZONTE, Vol. 1, No 7 (2022)

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CERSAMI – UMA CLÍNICA FEITA POR MUITOS

Arlete Franca, Bianca Falcão Nunes de Souza, Cláudia Claricina Teixeira Lopes, Cristina Rosa da Silva, Juciara Costa Correa de Souza Nascimento, Karina Cássia Rodrigues, Mara Martins Ribeiro

Resumo


O CERSAMi – Centro de Referência em Saúde Mental Infanto-Juvenil, localizado em Betim/MG, foi criado para atender crianças e jovens adolescentes com quadros psiquiátricos graves (neuroses e psicoses graves, autismo e dependência química) de forma mais humanizada, dando dignidade aos pacientes. De forma mais econômica em relação aos modelos antigos, veio substituir o modelo manicomial, sendo constituído por uma equipe multidisciplinar composta por médico clínico e psiquiatra, psicólogo, assistente social, terapeuta ocupacional, nutricionista, redutores de danos, enfermeiro, técnicos de enfermagem, entre outros. Sua política de funcionamento tem como objetivo trazer qualidade de vida aos usuários do serviço, com isso eles contam com oficinas, projetos externos e atividades recreativas, desenvolvendo uma proposta pedagógica terapêutica para melhor tratar o paciente, sensibilizando os adolescentes e suas famílias. Esta e as demais unidades do serviço vem ganhando espaço no tratamento de saúde mental, transformando vidas, dando aos usuários autonomia de suas atividades básicas, como forma de devolver a sociedade uma pessoa de melhor equilíbrio sobre seus atos e ações. O CERSAMi Betim é um modelo exemplar, pois apresenta uma visão humana com organização, garantido direitos e deveres a todos. Ao considerar os princípios da Política Nacional de Humanização (PNH), é possível apontar a transversalidade, uma vez que o atendimento é feito por diversas especialidades que se comunicam e consideram a experiência e o caso específico de cada assistido; além disso, a indissociabilidade entre atenção e gestão é bem trabalhada com decisão em conjunto de todos os trabalhadores, e com a família, sobre as atividades a serem executadas. Ambos, funcionários e família, são parte responsável do tratamento e entendem o funcionamento do serviço; consequentemente, o sucesso do tratamento está vinculado ao protagonismo, corresponsabilidade e autonomia dos pacientes e familiares, que através das entrevistas mostradas e da relação com a equipe de saúde, entendem seu papel neste processo. Sobre as diretrizes da PNH, podemos destacar o acolhimento, uma vez que é um serviço de portas abertas, destacando-se pela escuta qualificada aos próprios pacientes, não considerando apenas relatos familiares; a gestão participativa e cogestão, onde todos os profissionais, de diversas especialidades, são envolvidos nas discussões de caso e tomadas de decisões; ambiência, tendo a clínica um ambiente acolhedor e confortável para seus assistidos; clínica ampliada e compartilhada, pois a abordagem clínica possibilita decisões compartilhadas e compromissadas; a valorização do trabalhador, porque todos os profissionais da instituição possuem visibilidade e liberdade nas decisões, ou seja, importante participação dos prestadores de serviço, possibilitando conhecer cada paciente e suas necessidades; e por último a defesa dos direitos dos usuários, o que garante a esses uma equipe com profissionais qualificados para acolher e ajudar a cada necessidade.

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ISSN 2179-1589

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