REVISTA DE TRABALHOS ACADÊMICOS – UNIVERSO BELO HORIZONTE, Vol. 1, No 7 (2022)

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ABORDAGEM CLÍNICA E CIRÚRGICA EM BEZERROS COM ONFALITE

Gabriel Gonçalves Elias, Marcelo A. de Abreu Magalhães, Luan Ricci Silva

Resumo


As onfalopatias são patologias umbilicais que acometem muitos bezerros neonatos e podem ter origem não infecciosa(ex:hérnias) e infecciosas devido a contaminação bacteriana(Escherichia coli, Proteus, Trueperella pyogenes, Enterococcus, Streptococcus) ou em associação. Atualmente as onfalopatias estão entre os principais problemas de neonatos e  segundo HOPKER(2014) podem causar grandes impactos na qualidade e no desempenho da criação de bezerros, e seus principais fatores de risco estão relacionados a questões como higiene e transferência de imunidade passiva [3]. O umbigo dos recém nascidos é formado por duas artérias, uma veia e um úraco.  Segundo SMITH, as duas artérias umbilicais conectam as artérias ilíacas internas a placenta, essas últimas regridem e tornam-se o ligamento redondo da bexiga, uma veia umbilical conectando a placenta ao fígado que regride para tornar-se o ligamento redondo do fígado, dentro do ligamento falciforme e o úraco liga a bexiga fetal a cavidade alantóide. Como o umbigo é uma ferida aberta, este recém nascido está exposto a fatores ambientais até a efetiva absorção das imunoglobulinas ingeridas no colostro. De acordo com BARRINGTON & PARISH (2001), a menos que ocorra uma assistência imunológica materna adequada provida pelas imunoglobulinas e outros componentes colostrais, os neonatos têm chances acentuadas de sucumbir a infecções que seriam inócuas a animais adultos. A falha na transferência de imunidade passiva dos bezerros pode causar diversos problemas, o qual as infecções umbilicais destaca-se, pois podem levar o animal a um quadro de septicemia e evoluir para um quadro de poliartrite ou a ocorrência de abscesso hepático. O diagnóstico tem como base a palpação da estrutura acometida e exames complementares, como ultrassonografia, para delimitar melhor qual nível de comprometimento e extensão (TEODORO et al., 2018).  É importante salientar que a clínica é soberana e o exame físico deve ser bem feito antes de exames complementares. Uma boa anamnese é uma ferramenta eficaz, deve-se basear no histórico do animal: ambiente onde vive, colostragem, exame de sangue, cultura e, em casos mais sérios, laparotomia exploratória (FARADONBEH, 2016). Logo após o nascimento do animal é necessário que seja realizada a cura do umbigo. SILVA (2015) recomenda que os animais passem por uma desinfecção do umbigo logo após o nascimento, realizada de maneira adequada com uso de soluções a base de iodo de 5 a 10%, imergindo a estrutura no líquido por pelo menos trinta segundos, duas vezes ao dia até a seca completa. As onfalopatias podem ser tratadas conservativamente ou de forma cirúrgica. A forma conservativa é indicada em casos nos quais o comprometimento das estruturas esteja de forma mais branda e que a enfermidade tenha sido diagnosticada precocemente. O tratamento cirúrgico fica indicado para os casos mais graves, sendo a intervenção cirúrgica o tratamento de escolha em casos como abscessos de úraco ou de outras estruturas (hérnia umbilical ou casos de fibrose umbilical) - TORQUATO, 2018. Onfalopatias são problemas de grande impacto econômico na produção bovina levando em consideração que reduzem o ganho de peso, elevam o custo com assistência veterinária, diminuem a produtividade,  podendo levá-los à morte. O objetivo deste trabalho é realizar uma abordagem clínica e cirúrgica de animais que foram acometidos por onfalopatia

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ISSN 2179-1589

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