O fibro edema gelóide (FEG) caracteriza- se por um processo distrófico que envolvem
modificações estruturais dos elementos presentes na epiderme, derme e hipoderme, afetando
principalmente regiões de nádegas, membros inferiores, pélvica e abdômen, tendendo a ocorrer
nas áreas em que a gordura está sob a influência do estrógeno (FERREIRA, 2014).
Popularmente conhecia como celulite, o fibro edema gelóide acomete em sua maioria o sexo
feminino, na faixa etária acima de 30 anos, e acima do peso (DÂNGELO e FATTINI, 2013).
A evolução dos padrões de beleza fez com que as adiposidades e irregularidades na pele
fossem cada vez menos aceitas pela sociedade e principalmente pelas mulheres. Estas,
passaram a se submeter por sacrifícios como dietas, medicamentos, exercícios, tratamentos
estéticos e até mesmo intervenções cirúrgicas, com o objetivo de conseguir uma aparência
estética dentro dos perfis considerados belos nos dias atuais (SANTOS, 2022).
O FEG consiste em uma infiltração edematosa e não inflamatória do tecido conjuntivo,
seguida de polimerização da substância fundamental, que, infiltrando-se nas tramas, produz uma
reação fibrótica consecutiva. Os mucopolissacarideos que a integram sofrem um processo de
geleificação. Quando em estágio avançado com nódulos maiores, os nervos são comprimidos e
a região fica endurecida, gerando problemas álgicos, diminuição das atividades funcionais, além
de afetar a autoestima e emocional das mulheres, fazendo com que procurem tratamentos para
essa patologia (CARNAVAL, et al., 2014). De acordo com a Organização Mundial de Saúde, um
indivíduo saudável é aquele com equilíbrio biopsicossocial, e não somente com a presença de
doença. Assim, o fibro edema gelóide pode ser considerada um problema de saúde (BORGES,
2006).
Diversas terapias tem sido propostas para o tratamento do FEG objetivando a perda de
peso, diminuição da gordura subcutânea, e redução da aparência de casca de laranja. Atualmente
novos equipamentos surgiram para agregar modernidade aos tratamentos estéticos, e com o
objetivo de diminuir os efeitos adversos dos equipamentos antigos, como: ulcerações, foliculites,
queimaduras, cicatrizes e atrofia tecidual, além de conseguir obter efeitos exclusivos no tecido
adiposo subcutâneo (MANSTEIN et al., 2008). Assim, a fisioterapia Dermato-Funcional dispõe
de recursos para o tratamento e restauração da aparência, sem comprometer a saúde da mulher,
como por exemplo, o ultrassom (WALTRICK, 2011).
A utilização do ultrassom no tratamento do fibro edema gelóide está associado aos seus
efeitos fisiológicos e à sua capacidade de veiculação de substâncias através da pele, promove a
neovascularização com consequente aumento da circulação, rearranjo e aumento da
extensibilidade das fibras colágenas, e melhora as propriedades mecânicas do tecido (SANTOS,
2022).
Esta técnica aliada a outros procedimentos como vida saudável, prática de exercícios
físicos, alimentação balanceada, e técnicas de radiofrequência podem melhorar o resultado, a
qualidade de vida e satisfação individual (CRUZ, et al., 2015).4
Neste contexto, o presente estudo tem o objetivo de analisar os efeitos do ultrassom estético
no tratamento do fibro edema gelóide, em seus diferentes graus e fases. Justifica-se na
importância em revelar os resultados que um ultrassom estêtico pode trazer para o tratamento do
fibro edema gelóide, tendo em vista que impactos psicológicos afetam a qualidade de vida dos
pacientes. Estudos nesta área são imprescindíveis para determinar a eficiência e segurança do
tratamento, uma vez que existe um limitado número de estudos referentes a esse assunto na
literatura científica, tendo muitos deles chegado a conclusões contraditóras

ISSN 2179-1589