A castração em gatos machos consiste na retirada dos testículos e é considerada pré-púbere quando é realizada antes dos seis meses de vida sendo que, no Brasil, é frequentemente realizada após os seis meses. O procedimento, além de ser um recurso eficiente de controle populacional, também é um método de prevenção de doenças, como a doença do trato urinário inferior dos felinos (DTUIF). O presente trabalho tem por objetivo apresentar uma revisão de literatura, a fim de estabelecer as possíveis correlações entre DTUIF principalmente a estenose uretral, e a castração pediátrica. Métodos: Trata-se de uma revisão bibliográfica, descritiva. As plataformas eletrônicas utilizadas para a pesquisa foram Scientific Electronic Library Online (Scielo), biblioteca virtual em saúde (BIREME) e google acadêmico. Como critério de inclusão utilizou-se estudos publicados no período de 2002 a 2022, disponíveis em língua portuguesa, do Brasil e na inglesa. Discussão: O número de animais de estimação no Brasil, está crescendo cada vez mais, o processo de domesticação, ao qual os gatos vêm sendo submetidos ao longo do tempo, tem provocado importantes mudanças morfológicas, fisiológicas e comportamentais na espécie. Os felinos do gênero masculino possuem mais predisposição a apresentar enfermidades obstrutivas devido à anatomia da uretra, que se estreita notavelmente ao longo de todo seu comprimento, além de mudanças do hábito de vida após a castração. O paciente com DTUIF apresenta hematúria, disúria, polaciúria, periúria, estrangúria e obstrução uretral. Também é comum a manifestação de sinais como desidratação, anorexia, prostração, lambedura excessiva da genitália, pênis hiperêmico, edemaciado e exposto, tal quadro configura emergência veterinária. Conclusão: Não há evidências de que a orquiectomia precoce interfira no diâmetro da uretra dos gatos machos. A obstrução uretral pode ser causada por presença de cristais na urina, formados, na maioria das vezes, por ingestão de alimentos inadequados.  A predisposição genética também tem relevância na etiologia da doença. Nesse sentido, a castração, ainda que pediátrica, é uma opção segura e eficiente, desde que utilizadas técnicas cirúrgicas e protocolos anestésicos adequados.