REVISTA DE TRABALHOS ACADÊMICOS – UNIVERSO BELO HORIZONTE, Vol. 1, No 7 (2022)

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A IMPORTÂNCIA DA CORRETA INDICAÇÃO DA CIRURGIA ORTOGNÁTICA, REABILITANDO FONÉTICA E HARMONIA FACIAL

Paulo Eduardo Santos Silva, Raquel Martins dos Santos, Valesca Guimarães Cordeiro, Flávia Leite Lima

Resumo


Os autores iniciam o artigo contextualizando o fato de que nos últimos anos, aumentou-se consideravelmente o interesse dos pacientes por um sorriso esteticamente satisfatório com dentes claros e alinhados. Associado a isso, observa-se importante avanço técnico-cientifico na odontologia, que proporciona compreender de maneira mais precisa os princípios faciais do paciente e estabelecer parâmetros funcionais e estéticos adequados. Embora reconheça-se que a estética é subjetiva, a grande maioria das desarmonias oclusais são resultados de maloclusões, que acarretam além das adversidades esticas, prejuízos funcionais. Afim de reabilitar o sistema estomatognático, o cirurgião dentista pode recorrer a diversos tratamentos, dentre eles, métodos conservadores como tratamento ortodôntico e harmonização facial, ou procedimentos mais invasivos como a cirurgia ortognática, foco do estudo. Esse procedimento cirúrgico envolve osteotomias executadas no sistema mastigatório visando corrigir as discrepâncias e restabelecer o equilíbrio métrico entre o crânio e face. Como anteriormente mencionado, uma vez que essa técnica cirúrgica é extremamente invasiva, é imprescindível que exista uma indicação correta do procedimento, bem como, que ele seja executado adequadamente considerando vários aspectos da saúde. Nesse contexto, os autores conduziram uma revisão narrativa da literatura para sintetizar evidências do tema proposto em um artigo. A base de dados foi pesquisada no Google acadêmico, SciELO e Periódicos Capes. Foram selecionados estudos que o texto foi fornecido no formato completo, acesso gratuito e online à mídia eletrônica, em um ou mais das bases de dados, artigos publicados em português e inglês, o uso de palavras-chaves nas pesquisas para facilitar as buscas, sendo elas: Cirurgia Ortognática, Fonética, e Estética Facial. Essa estratégia de busca gerou uma amostra de 41 documentos, a partir dos quais foram selecionados 18 para serem esmiuçados. Os artigos analisados revelaram que o primeiro passo para uma correta indicação é classificar as características específicas das más formações como classe I, II ou III, se contem excesso maxilar vertical, desproporção maior que 12mm; protusão bimaxilar e excesso maxilar vertical, faces assimétricas por conta da hipoplasia ou hiperplasia, hipertrofia hemifacial e assimetria mista. Além disso, observou-se que é necessário avaliar todos os fatores relacionados ao paciente, incluindo gravidade da alteração óssea, idade, padrão crescimento, grau do comprometimento estético e avaliação do padrão fonético e do selamento do lábio. Contudo, os autores ressaltaram que a análise do diagnóstico não finaliza após o entendimento sobre a face do paciente ou mesmo sobre suas condições de saúde, pois é necessário compreender a oclusão e estabelecer um planejamento conforme o padrão do paciente, assim o profissional poderá obter de forma mais precisa e terapêutica uma face mais agradável e oclusão funcional. Dentre os recursos que podem ser usados para o planejamento da cirurgia ortognática, destaca-se o planejamento digital e os biomodelos e a prévia modelagem das placas de fixação. Inclusive, é válido ressaltar que os estudos consultados evidenciaram que essa tecnologia diminui a morbidade pósoperatória e reduz o tempo cirúrgico. Foi apontado também como um cuidado pós-operatório importante capaz de garantir menor morbidade pós-operatória a prescrição de fisioterapia, isso devido ao fato de que o procedimento gera sequelas na musculatura orofacial e nervos sensitivos da região. Por fim, é importante destacar os benefícios dessa cirurgia. A literatura reconhece que a cirurgia ortognática promove melhoria na oclusão, na estética facial, na função mastigatória, na fonética, na respiração, e qualidade de vida evidenciada pela melhora da autoestima e maior segurança em relação à aparência. Considerando ainda os aspectos psicossociais, é importante destacar que diferentes de outras anormalidades, pacientes com indicação para a cirurgia ortognática, tal como aqueles Classe III e Classe II severa, se beneficiam imensamente da cirurgia pois diferente de outras maloclusões, esses pacientes caso não sejam submetidos ao procedimento apresentam dificuldade de disfarçar a discrepância esquelética devido à protrusão e concavidade da mandíbula, e do perfil facial, considerado menos atraente. Conclui-se, portanto que, a cirurgia ortognática é uma cirurgia resolutiva, mas que para que seus benefícios sejam alcançados, é imprescindível um adequado planejamento do caso considerando desde a colusão do paciente e seu perfil facial, a suas expectativas.

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ISSN 2179-1589

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