O Carcinoma Inflamatório de Mama (CIM) é uma patologia cujos sinais clínicos são evidenciados por meio de uma síndrome que demonstra um rápido crescimento tumoral das glândulas mamárias, associados aos sinais inflamatórios: dor, hipertermia, eritema e hiperemia, sendo definido como uma apresentação clínico-patológica da neoplasia mamária, com invasão local e agressividade extrema. No contexto da medicina veterinária, as neoplasias mamárias acometem entre 50% a 70% das cadelas. Em relação as cadelas acometidas, cerca de 84% desenvolvem neoplasias malignas, sendo 98% destas com características carcinomatosas. É imprescindível a realização do exame físico geral nestes animais, associado a exames sanguíneos complementares, como hemograma e perfil bioquímico, para avaliação e caracterização do estado clínico do animal. A análise complementar pode ser necessária para o diagnóstico diferencial, como avaliação das glândulas mamárias e dos linfonodos regionais, exames diagnósticos auxiliares (radiografia de tórax e ultrassonografia abdominal) na tentativa de determinar o estadiamento clínico da paciente, bem como a identificação de possíveis metástases. O carcinoma inflamatório de mama promove alta agressividade e baixa sobrevida ao animal portador desta patologia, geralmente acometendo animais fêmeas da espécie canina, representando tamanha importância para a medicina veterinária, com estudos recentes embasados na medicina humana. Esta patologia geralmente é suspeitada através de sinais clínicos evidenciados pela presença de massa associada a edema, hiperemia, hipertermia e eritema nas glândulas mamárias, podendo apresentar ainda áreas com ulceração cutânea, sendo as glândulas mamárias abdominais inguinais e caudais as que mais são acometidas, fator este que pode ser justificado pela presença de maior quantidade de parênquima mamário. O CIM pode ser apresentado sob as formas primária, quando o nódulo está presente em cadelas sem histórico prévio de tratamento cirúrgico, apresentando sinais clínicos da patologia desde o surgimento deste, ou secundária, quando os sinais clínicos do carcinoma inflamatório de mama são evidenciados em recidivas após a realização de procedimento cirúrgico prévio para exérese de neoplasias mamárias. Quanto ao tratamento, procedimentos cirúrgicos não são indicados devido ao elevado risco de disseminação tumoral e desenvolvimento de síndromes paraneoplásicas, sendo as medidas paliativas com medicamentos antibióticos, analgésicos e anti- inflamatórios não esteroidais os principais métodos utilizados no tratamento deste quadro. Ainda não existem relatos consensuais na literatura sobre o tratamento quimioterápico de cadelas com CIM, já que quando comparadas a quimioterapia às terapias paliativas, a sobrevida dos animais que realizaram a quimioterapia mantém-se baixa, geralmente não ultrapassando 100 dias de sobrevida, como acontece em ambos os protocolos utilizados.