REVISTA DE TRABALHOS ACADÊMICOS – UNIVERSO BELO HORIZONTE, Vol. 1, No 7 (2022)

Tamanho da fonte:  Menor  Médio  Maior

Resenha - Protrusão da Glândula da terceira pálpebra em cães

Miriã Rodrigues de Oliveira, Alexandra Cristina de Oliveira Silva

Resumo


Olho de cereja é o nome popular do prolapso da glândula de terceira pálpebra , essa protrusão da glândula da terceira pálpebra, é como uma massa vermelha arredondada através do canto medial do olho, que causa desconforto aos cães, chamado de olho de cereja, porque essa estrutura se assemelha à fruta cereja. A membrana nictitante possui numerosas pequenas glândulas em seu lado interno, que são hipertrofiadas, unidas e parecem ser uma única glândula saindo pelo canto do olho. Em condições normais, essas glândulas secretam uma substância lacrimal que usa para manter a córnea úmida. Na ausência de lágrima das glândulas lacrimais, elas servem ao propósito de lágrima. Não existe uma causa específica para isso, mas algumas raças estão geneticamente mais predispostas a desenvolver essa alteração, umas das raças mais acometidas por protrusão da glândula da terceira pálpebra são Beagle, Bulldog Francês, Cocker Spaniel, Shih-tzu e Pug. Embora mais comum em raças braquicéfalas (que afeta as diferentes áreas do sistema respiratório, dificultando a respiração, provoca sons estranhos e dificulta a deglutição), pode ocorrer em qualquer cão. Não é uma condição grave, pois, normalmente não causa dor, mas pode causar desconforto, traumatismo na córnea e conjuntivite recorrente. Deve- se observar o animal para evitar que o cão coce o olho, em casos de suspeita de “cherry eye” (olho de cereja), é importante que se leve ao médico veterinário, para que seja feita uma avaliação e um diagnóstico assertivo. O diagnóstico é feito através de um exame oftalmológico. O tratamento pode diferir, porém, o procedimento é simples e o próprio veterinário pode recolocar a glândula novamente no local, com cirurgia de reposicionamento da glândula. Dentre as técnicas de ancoragem, citamos a técnica de Blogg, que consiste na ancoragem da fáscia ventral da periórbita pelo lado medial, a técnica de Kaswan e Martin, que consiste na ancoragem da fáscia ventral da periórbita pelo lado lateral e a técnica de Stanley e Kaswan, que incide na modificação da técnica descrita por Kaswan e Martin. Nas técnicas de bolso, podemos citar as descritas por Moore e por Morgan, que consistem em técnicas onde ocorre o sepultamento da glândula protruída (equivale a duas incisões paralelas na conjuntiva, dissecção leve e reposicionamento da glândula, seguido por uma sutura contínua dos tecidos e ancorado na glândula). A cirurgia é feita com anestesia geral e o pós-cirúrgico normalmente está associado a uma recuperação rápida, sendo necessária a utilização de colar elizabetano e a aplicação de colírio. O tratamento pode não ser definitivo, ou seja, apesar de no período pós-cirúrgico a condição ficar resolvida, podem ocorrer recorrências posteriormente.


Texto Completo: PDF

ISSN 2179-1589

PUBLICAÇÕES UNIVERSO