Os colírios e pomadas oftálmicas classificados como “Lacrimogênicos” são medicamentos que estimulam a produção de lágrimas através de mecanismos variados. Os principais representantes deste grupo são pilocarpina e ciclosporina, ativos que manipulamos no Centro Paulista Laboratório, e que tem encontrado excelente resposta nos tratamentos propostos em animais. A Pilocarpina estimula a inervação parassimpática da glândula lacrimal, aumentando a secreção de lágrimas. O sucesso do tratamento depende diretamente do tecido glandular remanescente e, paradoxalmente, quanto mais próximo de zero for o teste de Schirmer, melhores os resultados observados. No caso da Ciclosporina, seu uso baseia-se na comprovação de que, na maioria das cerato-conjuntivites secas, existe uma infiltração mononuclear difusa ou multifocal na glândula lacrimal, sugerindo um distúrbio imunomediado. Complementando, é bom mencionar que o ativo Tacrolimus tem mecanismo de ação similar ao da ciclosporina, e tem sido usado para tratamento de casos de ceratoconjuntivite seca refratária ao tratamento convencional, além de ser efetivo para prevenção e o tratamento de pigmentações corneanas. A Ciclosporina A é um imunodepressor não citotóxico, produzido pelo fungo Tolypocladium inflatum gans que atua de maneira inibitória nos primeiros estágios da sensibilização antigênica e na subseqüente proliferação de linfócitos T imunocompetentes. Possui dois efeitos terapêuticos distintos, um que se manifesta pelo aumento da produção de lágrimas na maioria dos cães portadores de queratoconjuntivite seca, e outro, traduzido por uma atividade anti-inflamatória que determina a recuperação de lesões da superfície ocular. O tratamento baseia-se no controle das causas primárias da patologia, prevenindo a deterioração continua das glândulas lacrimais e consequentemente progressão da doença, por ser imunodepressor não citotóxico que apresenta atividades lacrimomimética e anti-inflamatória, está indicada no tratamento da queratoconjuntivite seca em cães