VELHICE NÃO É DOENÇA: a inclusão e a posterior retirada do código MG2A da Classificação Internacional de Doenças e Problemas relacionados com a Saúde (CID-11)
Resumo
Este artigo de opinião parte da tese de que velhice não é doença e objetiva refletir sobre o processo de patologização do envelhecer com sua inserção na CID-11 a partir da observação da trajetória de proposição e efetiva inclusão do código MG2A para catalogar a velhice na Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde (CID), bem como de sua posterior retirada após mobilização e resistência social. Os argumentos para compreensão desta tese estão organizados em quatro subseções, quais sejam (2.1) Histórico de classificação de morbidades e mortalidade; (2.2) O direito a envelhecer; (2.3) A distinção de velhice e doença à luz de Simone de Beauvoir e (2.4) “Velhice não é doença”: aspectos atuais sobre essa reflexão. A partir de tais argumentos, consideramos que a catalogação de velhice como doença é incoerente com os marcos históricos de graduais avanços na tomada de consciência do processo de envelhecimento, bem como reforça e contribui para manutenção e crescimento do ageísmo, preconceito e discriminação contra a pessoa idosa.
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