RELATO DE CASO CLÍNICO - Periodontia II - Frenectomia labial superior
Paula Gramiscelli, Risney Cristina Soares Reis, Flávia Leite Lima
Resumo
JUSTIFICATIVA
Objetivo do trabalho é relatar um caso de frenectomia labial superior, indicado paracorreção ortodôntica. Houve indicação para remoção cirúrgica do freio labial durantetratamento ortodôntico.
LITERATURA
O freio labial é uma dobra na membrana mucosa, geralmente de forma triangular,que vai do lábio superior ou inferior à mucosa alveolar, conectando uma estruturamóvel a outra fixa. Geralmente está localizado na linha mediana, entre os incisivoscentrais.O freio labial superior inicia-se na linha mediana da face interna labial e estende-sena linha de junção dos maxilares até a face externa do periósteo. Histologicamente éconstituído de epitélio pavimentoso estratificado queratinizado na área de gengivainserida e não queratinizado na porção vestibular, além de tecido conjuntivo frouxoaltamente vascularizado.Em razão da sua constituição histológica, o freio é capaz de se adaptar a quaisquerdos movimentos dos lábios sem grandes alterações na sua forma. Portanto, suafunção seria limitar esses movimentos, promovendo estabilização na linha média dolábio, impedindo a excessiva exposição da mucosa gengival. No recém-nascido, suafunção é ainda mais significativa, uma vez que pode auxiliar os músculos faciais notrabalho de sucção do leite materno.Ao nascimento, a estrutura do freio labial pode estar inserida na papila palatina.Porém, com o desenvolvimento e concomitante crescimento vertical do processoalveolar e dos dentes para baixo e para frente, a sua posição varia, podendo atrofiar-se e assumir posição mais elevada. Neste caso é denominado de freio labial normal.No entanto, quando o freio mantém sua inserção na papila palatina aumentando otamanho desta, denomina-se freio labial hipertrófico.
4O posicionamento anormal ou hipertrofia do freio labial superior pode dificultar aescovação dos dentes, retração dos tecidos gengivais, restrição dos movimentoslabiais, interferindo na fonação e estética do paciente, e ainda pode estarrelacionado ao diastema interincisal.Existem controvérsias entre os autores em relação ao momento ideal de intervençãopara o freio labial hipertrófico, assim como a associação com o tratamentoortodôntico. Alguns autores preconizam a cirurgia após erupção dos caninospermanentes, enquanto outros recomendam após erupção dos incisivos lateraispermanentes. No entanto, sugere- se intervenção cirúrgica na dentadura mista, apóserupção dos incisivos centrais superiores, caso haja ausência de espaço paraerupção dos incisivos laterais associado a freio labial hipertrófico e diastemainterincisal.O principal problema do tratamento ortodôntico dos diastemas interincisivos consistena estabilidade pós-tratamento quando a frenectomia não é realizada. Isso éexplicado pelo fato de que, quando os incisivos são movimentadosorotodonticamente, o tecido que estava entre eles fica acumulado. Diferentementedo tecido ósseo, o tecido gengival não sofre reabsorção em curto período de tempo.As fibras colágenas e elásticas são então comprimidas e ocorre uma força de reaçãoque pode resultar recidiva do diastema.Sabendo-se que o freio labial hipertrófico pode causar alterações na integridade dasaúde bucal, este trabalho tem como objetivo apresentar o caso clínico de freio labialsuperior hipertrófico associado a diastema interincisal, com indicação de frenectomialabial superior durante o tratamento ortodôntico.
METODOLOGIA
Compareceu a Clinica escola de Odontologia da Universidade Salgado de Oliveira,paciente R.C.S.R, sexo feminino, 29 anos, encaminhada por seu ortodontista, pararealização cirúrgica de frenectomia labial superior. O motivo para indicaçãocirúrgica foi presença de freio labial superior fibroso, que caso fosse
5mantido, não permitiria a estabilidade do caso após o fechamento doespaço interincisivo. Na anamnese não houve relato de nenhumenvolvimento sistêmico que contraindicasse o procedimento cirúrgico.A técnica cirúrgica escolhida foi a de Archer, também conhecida comoduplo pinçamento. Fez-se a antissepsia peribucal com digluconato declorexidina a 2%, com auxílio de uma pinça Kelly e gaze estéril, e aintraoral com bochecho de solução aquosa de digluconato de clorexidina a0,12% por 1min. Seguiu-se a anestesia tópica e terminal infiltrativa emfundo de sulco, complementando na região de rebordo junto à inserçãomais baixa do freio, com lidocaína a 2% com epinefrina 1:100.000. Duaspinças hemostáticas foram posicionadas no freio de tal maneira que umaficasse paralela à superfície vestibular do rebordo alveolar e a outraparalela à superfície labial, formando um ângulo de, aproximadamente,120 graus. Com lâmina de bisturi número 15 foram realizadas duasincisões paralelas às pinças hemostáticas em forma de cunha na inserçãodo freio no rebordo até o limite da sua inserção palatina. Após as incisões,foi realizado o deslocamento e remoção de fibras que se encontravamaderidas ao osso para liberar a inserção do freio. Realizou-se a sutura compontos simples descontínuos, que foram removidos após sete dias.
CONCLUSÃO
O tratamento indicado foi eficaz demonstrado pela estabilidade pós-cirúrgica, paciente ainda encontra-se em tratamento ortodôntico.
Objetivo do trabalho é relatar um caso de frenectomia labial superior, indicado paracorreção ortodôntica. Houve indicação para remoção cirúrgica do freio labial durantetratamento ortodôntico.
LITERATURA
O freio labial é uma dobra na membrana mucosa, geralmente de forma triangular,que vai do lábio superior ou inferior à mucosa alveolar, conectando uma estruturamóvel a outra fixa. Geralmente está localizado na linha mediana, entre os incisivoscentrais.O freio labial superior inicia-se na linha mediana da face interna labial e estende-sena linha de junção dos maxilares até a face externa do periósteo. Histologicamente éconstituído de epitélio pavimentoso estratificado queratinizado na área de gengivainserida e não queratinizado na porção vestibular, além de tecido conjuntivo frouxoaltamente vascularizado.Em razão da sua constituição histológica, o freio é capaz de se adaptar a quaisquerdos movimentos dos lábios sem grandes alterações na sua forma. Portanto, suafunção seria limitar esses movimentos, promovendo estabilização na linha média dolábio, impedindo a excessiva exposição da mucosa gengival. No recém-nascido, suafunção é ainda mais significativa, uma vez que pode auxiliar os músculos faciais notrabalho de sucção do leite materno.Ao nascimento, a estrutura do freio labial pode estar inserida na papila palatina.Porém, com o desenvolvimento e concomitante crescimento vertical do processoalveolar e dos dentes para baixo e para frente, a sua posição varia, podendo atrofiar-se e assumir posição mais elevada. Neste caso é denominado de freio labial normal.No entanto, quando o freio mantém sua inserção na papila palatina aumentando otamanho desta, denomina-se freio labial hipertrófico.
4O posicionamento anormal ou hipertrofia do freio labial superior pode dificultar aescovação dos dentes, retração dos tecidos gengivais, restrição dos movimentoslabiais, interferindo na fonação e estética do paciente, e ainda pode estarrelacionado ao diastema interincisal.Existem controvérsias entre os autores em relação ao momento ideal de intervençãopara o freio labial hipertrófico, assim como a associação com o tratamentoortodôntico. Alguns autores preconizam a cirurgia após erupção dos caninospermanentes, enquanto outros recomendam após erupção dos incisivos lateraispermanentes. No entanto, sugere- se intervenção cirúrgica na dentadura mista, apóserupção dos incisivos centrais superiores, caso haja ausência de espaço paraerupção dos incisivos laterais associado a freio labial hipertrófico e diastemainterincisal.O principal problema do tratamento ortodôntico dos diastemas interincisivos consistena estabilidade pós-tratamento quando a frenectomia não é realizada. Isso éexplicado pelo fato de que, quando os incisivos são movimentadosorotodonticamente, o tecido que estava entre eles fica acumulado. Diferentementedo tecido ósseo, o tecido gengival não sofre reabsorção em curto período de tempo.As fibras colágenas e elásticas são então comprimidas e ocorre uma força de reaçãoque pode resultar recidiva do diastema.Sabendo-se que o freio labial hipertrófico pode causar alterações na integridade dasaúde bucal, este trabalho tem como objetivo apresentar o caso clínico de freio labialsuperior hipertrófico associado a diastema interincisal, com indicação de frenectomialabial superior durante o tratamento ortodôntico.
METODOLOGIA
Compareceu a Clinica escola de Odontologia da Universidade Salgado de Oliveira,paciente R.C.S.R, sexo feminino, 29 anos, encaminhada por seu ortodontista, pararealização cirúrgica de frenectomia labial superior. O motivo para indicaçãocirúrgica foi presença de freio labial superior fibroso, que caso fosse
5mantido, não permitiria a estabilidade do caso após o fechamento doespaço interincisivo. Na anamnese não houve relato de nenhumenvolvimento sistêmico que contraindicasse o procedimento cirúrgico.A técnica cirúrgica escolhida foi a de Archer, também conhecida comoduplo pinçamento. Fez-se a antissepsia peribucal com digluconato declorexidina a 2%, com auxílio de uma pinça Kelly e gaze estéril, e aintraoral com bochecho de solução aquosa de digluconato de clorexidina a0,12% por 1min. Seguiu-se a anestesia tópica e terminal infiltrativa emfundo de sulco, complementando na região de rebordo junto à inserçãomais baixa do freio, com lidocaína a 2% com epinefrina 1:100.000. Duaspinças hemostáticas foram posicionadas no freio de tal maneira que umaficasse paralela à superfície vestibular do rebordo alveolar e a outraparalela à superfície labial, formando um ângulo de, aproximadamente,120 graus. Com lâmina de bisturi número 15 foram realizadas duasincisões paralelas às pinças hemostáticas em forma de cunha na inserçãodo freio no rebordo até o limite da sua inserção palatina. Após as incisões,foi realizado o deslocamento e remoção de fibras que se encontravamaderidas ao osso para liberar a inserção do freio. Realizou-se a sutura compontos simples descontínuos, que foram removidos após sete dias.
CONCLUSÃO
O tratamento indicado foi eficaz demonstrado pela estabilidade pós-cirúrgica, paciente ainda encontra-se em tratamento ortodôntico.
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ISSN 2179-1589