O presente artigo trata da proposta de se estender aos animais não-humanos a consideração e o respeito morais que devotamos apenas aos indivíduos pertencentes à nossa própria espécie. Para tanto, além de uma breve revisão das propostas éticas de Peter Singer e Tom Regan – dois dos principais expoentes da chamada “ética animal” –, propõe considerar a questão supracitada à luz do conceito de “identificação imaginativa” desenvolvido pelo filósofo norte-americano Richard Rorty, para quem a  ampliação da comunidade moral passa, necessariamente, pela habilidade que temos de nos identificar com aqueles que, a princípio, nos são estranhos, enxergando as similaridades como mais relevantes do que as diferenças.