O trabalho traz análise acerca da região denominada Tríplice Fronteira, formada pelas divisas entre Brasil, Argentina e Paraguai, e a suspeita de atuação de organizações terroristas no local. Se demonstrará como os ataques de 11 de setembro alteraram o pensamento mundial e apontaram para a necessidade de uma articulação dos serviços de inteligência no âmbito internacional. Visando evitar as imprevisíveis ações extremistas se faz necessário repensar as estruturas de colaboração entre países, principalmente no que tange à investigação e compartilhamento de informações. Dentro deste contexto se analisará a intenção dos Estados Unidos de controlar a região da Tríplice Fronteira ante a estudos que apontam para a possível atuação dos mais temidos grupos extremistas do mundo, em face da grande comunidade muçulmana existente no local, bem como da demonstrada atuação da criminalidade organizada no entorno destas fronteiras. Estabelecidos estes pressupostos, se passará à análise dos possíveis interesses velados da nação americana no sentido de controlar uma região de grande valor estratégico, com potencial energético, mineral e ainda com a atuação e articulação de diversos grupos que reivindicam direitos sociais. A abordagem do tema será no sentido de apresentar problemáticas e possibilidades de questionamento, sem, contudo, ter a pretensão de chegar a qualquer conclusão absoluta, seja quanto à efetiva ameaça terrorista, seja quanto aos reais interesses norte-americanos. De toda sorte serão levantadas algumas questões de relevo acerca da Tríplice Fronteira, bem como do possível discurso americano no sentido de conter o terrorismo, mas com prováveis objetivos de garantia da hegemonia político-econômica.