ATUAÇÃO FISIOTERAPÊUTICA EM PACIENTES ONCOLÓGICOS COM ENDOPRÓTESE DE ÚMERO
Resumo
ATUAÇÃO FISIOTERAPÊUTICA EM PACIENTES ONCOLÓGICOS COM ENDOPRÓTESE DE ÚMERO
Os tumores ósseos primários malignos constituem cerca de 10% das neoplasias que acometem crianças e adolescentes, sendo o osteossarcoma o tipo mais comum nessa faixa etária. Sua sintomatologia apresenta-se por dor inespecífica, tipicamente noturna, que evolui com restrição de movimento, edema local, e em alguns casos fratura patológica no local do tumor.
Seu acometimento é predominante na região metafisária de ossos longos, como o fêmur, a tíbia e o úmero, além de ossos craniofaciais, pelve e vértebras. O tratamento oncológico consiste em quimioterapia e cirurgia de ressecção tumoral, que pode ser de amputação ou de preservação do membro através de ressecção tumoral com colocação de endoprótese ou enxerto ósseo. A escolha entre amputação e preservação do membro é determinada por fatores como resposta do tumor frente à quimioterapia, localização da lesão, idade do paciente e perspectiva de crescimento da extremidade, sempre priorizando a maior funcionalidade do membro
O úmero proximal é o terceiro local em incidência do osteossarcoma. Os avanços na quimioterapia, diagnóstico de imagem e técnica cirúrgica permitiram que a ressecção tumoral associada à preservação do membro fosse mais empregada e bem sucedida do que a amputação, tendo como vantagem a restauração completa da função de mão e cotovelo, com uma limitação funcional de ombro.
A intervenção fisioterapêutica no paciente com endoprótese de úmero inicia-se no pré-operatório, com o posicionamento do membro, colocação de tipóia e orientações quanto ao cuidado durante as atividades diárias. No pós-operatório, o objetivo é obter a máxima função do membro preservado, com ganho de força muscular, amplitude de movimento, melhora da flexibilidade e reeducação sensorial, através de exercícios ativos de mão, punho, cotovelo e cintura escapular, massagem cicatricial, fortalecimento de punho e cotovelo associado à mobilização passiva e exercício ativo assistido de ombro. Com a melhora do trofismo muscular e mobilidade do membro preservado, inicia-se o fortalecimento da musculatura remanescente de ombro e treinos relacionados à propriocepção. Durante toda a intervenção fisioterapêutica, orientações quanto à realização de exercícios domiciliares e cuidados diários com o membro são fornecidas ao paciente. O embasamento da conduta fisioterapêutica está nas avaliações clínicas e funcionais que regem o processo de reabilitação e estabelecem objetivos e metas tanto ao paciente como ao fisioterapeuta.