REVISTA DE TRABALHOS ACADÊMICOS – UNIVERSO BELO HORIZONTE, Vol. 1, No 2 (2017)

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ATUAÇÃO FISIOTERAPÊUTICA EM PACIENTES ONCOLÓGICOS COM ENDOPRÓTESE DE ÚMERO

Agnes Flórida Santos da Cunha, Miria dos Santos Sobrinho, Gabriela Ferreira Vieira

Resumo


ATUAÇÃO FISIOTERAPÊUTICA EM PACIENTES ONCOLÓGICOS COM ENDOPRÓTESE DE ÚMERO

 

Os tumores ósseos primários malignos constituem cerca de 10% das neoplasias que acometem crianças e adolescentes, sendo o osteossarcoma o tipo mais comum nessa faixa etária. Sua sintomatologia apresenta-se por dor inespecífica, tipicamente noturna, que evolui com restrição de movimento, edema local, e em alguns casos fratura patológica no local do tumor.

Seu acometimento é predominante na região metafisária de ossos longos, como o fêmur, a tíbia e o úmero, além de ossos craniofaciais, pelve e vértebras. O tratamento oncológico consiste em quimioterapia e cirurgia de ressecção tumoral, que pode ser de amputação ou de preservação do membro através de ressecção tumoral com colocação de endoprótese ou enxerto ósseo. A escolha entre amputação e preservação do membro é determinada por fatores como resposta do tumor frente à quimioterapia, localização da lesão, idade do paciente e perspectiva de crescimento da extremidade, sempre priorizando a maior funcionalidade do membro

O úmero proximal é o terceiro local em incidência do osteossarcoma. Os avanços na quimioterapia, diagnóstico de imagem e técnica cirúrgica permitiram que a ressecção tumoral associada à preservação do membro fosse mais empregada e bem sucedida do que a amputação, tendo como vantagem a restauração completa da função de mão e cotovelo, com uma limitação funcional de ombro.

A intervenção fisioterapêutica no paciente com endoprótese de úmero inicia-se no pré-operatório, com o posicionamento do membro, colocação de tipóia e orientações quanto ao cuidado durante as atividades diárias. No pós-operatório, o objetivo é obter a máxima função do membro preservado, com ganho de força muscular, amplitude de movimento, melhora da flexibilidade e reeducação sensorial, através de exercícios ativos de mão, punho, cotovelo e cintura escapular, massagem cicatricial, fortalecimento de punho e cotovelo associado à mobilização passiva e exercício ativo assistido de ombro. Com a melhora do trofismo muscular e mobilidade do membro preservado, inicia-se o fortalecimento da musculatura remanescente de ombro e treinos relacionados à propriocepção. Durante toda a intervenção fisioterapêutica, orientações quanto à realização de exercícios domiciliares e cuidados diários com o membro são fornecidas ao paciente. O embasamento da conduta fisioterapêutica está nas avaliações clínicas e funcionais que regem o processo de reabilitação e estabelecem objetivos e metas tanto ao paciente como ao fisioterapeuta. 




ISSN 2179-1589

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