REVISTA DE TRABALHOS ACADÊMICOS – UNIVERSO BELO HORIZONTE, Vol. 1, No 2 (2017)

Tamanho da fonte:  Menor  Médio  Maior

Estimulação Elétrica Funcional em um paciente hemiplégico

Monize Cristine de Oliveira Pires, Agnes Flórida Santos da Cunha, Ana Clara Ribeiro Lages, Gabriella Ferreira Vieira

Resumo


A Estimulação Elétrica Funcional , ou FES (Functional Electrical Stimulation) consiste na estimulação elétrica de um músculo para produzir contração muscular efetiva. É um recurso muito utilizado em clínicas de fisioterapia, cujos principais objetivos são retardamento de atrofia, inibição temporária da espasticidade, redução de contraturas e edemas e reeducação muscular. A FES vem se mostrando uma alternativa de tratamento que traz uma perspectiva positiva a pacientes que sofrem de dificuldade de locomoção como resultado de uma disfunção do Sistema Nervoso Central (SNC), uma vez que a utilização desses estímulos elétricos seletivos de modo repetitivo sobre grupos musculares paréticos melhora o trofismo muscular e facilita a reeducação neuromuscular.

A aplicação da FES no nervo fibular  tem sido amplamente estudada e esses estudos apontam para a redução da queda do pé e melhora na marcha em 25 a 30% dos pacientes hemiplégicos. Nesse contexto, foi realizado um estudo de caso na Clínica Escola da Universidade Salgado de Oliveira da cidade de Belo Horizonte, por alunos do sétimo período do curso de fisioterapia, sob coordenação da professora/supervisora de estágio. O paciente em questão é do sexo masculino, 52 anos, 2 anos pós AVE. À data da avaliação apresentava grau 1 de força de dorsoflexores à D e O grau de dorsoflexão do mesmo lado, o que o ocasionava ausência do choque de calcanhar durante a marcha. Foram realizadas sessões de FES (largura de pulso = 400 ms; frequência 50 Hz; tempo de subida = 2; tempo on = 8; tempo de descida = 2; tempo off = 10) durante 20 minutos, associado ao treino funcional, com simulação do movimento da passada em ortostatismo. À reavaliação, após 20 sessões, o paciente apresentou grau 2 de força de dorsoflexores, 8 graus de dorsoflexão e melhora significativa da dinâmica da marcha, com presença discreta do choque de calcanhar. Conclui-se, com esse estudo, que a utilização da FES, em associação com o treino funcional da marcha, foi capaz de promover ganhos na ativação muscular dos dorsoflexores do lado afetado de um paciente hemiplégico.

 




ISSN 2179-1589

PUBLICAÇÕES UNIVERSO