REVISTA DE TRABALHOS ACADÊMICOS – UNIVERSO BELO HORIZONTE, Vol. 1, No 2 (2017)

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PREVENÇÃO E TRATAMENTO DO LINFEDEMA PÓS TRATAMENTO CIRÚRGICO DO CANCER DE MAMA

Caroline Soares

Resumo


O câncer de mama é considerado um problema de saúde pública, por ser o tipo de neoplasia mais incidente na população feminina brasileira, sendo esperados 57.120 casos novos para 2015 segundo dados do INCA (Instituto Nacional do Câncer), 2014. Apesar de apresentar bom prognóstico, a doença ainda é diagnosticada tardiamente, quando os tratamentos são mais radicais, levando a maiores morbidades. O tratamento para câncer de mama é composto por modalidades loco-regional (cirurgia e radioterapia) e sistêmica (quimioterapia e hormonioterapia). Geralmente são associadas duas ou mais abordagens terapêuticas. INCA, 2004.

A dissecção dos linfonodos axilar tem sido o tratamento padrão de pacientes com câncer de mama. A extensão do envolvimento dos linfonodos axilar é um dos mais importantes fatores prognósticos para avaliar a recorrência e sobrevida das pacientes. Entretanto, a dissecção axilar está associada a grandes alterações como dor, restrição dos movimentos do braço ou linfedema crônico. Um dos mais importantes avanços no tratamento cirúrgico do câncer de mama é a introdução da biópsia do linfonodo sentinela. A biópsia do linfonodo sentinela é um método inovador para o estadiamento da axila em pacientes com câncer de mama. REITSAMER et al (2004) mostraram que a biópsia do linfonodo sentinela pode predizer com precisão a classificação do linfonodo. Este procedimento também é uma técnica cirúrgica pouco invasiva para o estadiamento da axila e tem potencial para reduzir morbidades.

Bergman e col em 2004 encontraram que dentre as complicações decorrentes da evolução do câncer de mama ou do seu tratamento, o linfedema é a mais prevalente, podendo variar de 12 a 30%, dependendo dos critérios para diagnóstico adotados para a sua definição e do tempo transcorrido da cirurgia.

O tratamento do linfedema preconizado na atualidade é a Terapia Física Complexa (TFC) ou linfoterapia técnica descrita por Tambour e col em 2014 e Rodrick e col em 2014, que consiste na combinação de várias técnicas e a escolha destas depende da fase na qual se encontra o linfedema. A TFC é dividida em duas fases: a primeira fase do tratamento tem como principal objetivo a redução do volume do membro acometido e inclui os cuidados com a pele, a drenagem linfática manual, o enfaixamento compressivo e os exercícios miolinfocinéticos com os membros superiores; a segunda fase visa a manutenção e o controle do linfedema. Nesta etapa, utiliza-se a malha compressiva, além dos cuidados com a pele, os exercícios e a automassagem linfática.




ISSN 2179-1589

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