Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), o câncer de mama (CM) é o segundo tipo de câncer mais comum no mundo e o que mais afeta as mulheres até os 50 anos de idade.

A indicação do tratamento depende do estadiamento clínico e do tipo histológico do tumor, sendo a cirurgia indicada em qualquer fase da doença. A intervenção cirúrgica pode ser conservadora ou não conservadora (mastectomia).  A cirurgia conservadora compreende mais de 40% das cirurgias realizadas para o tratamento, onde somente é retirado o tumor primário preservando as margens livres, sendo indicada nos casos iniciais do CM. A radioterapia é um procedimento importante principalmente após a cirurgia conservadora, sendo que mulheres que têm contra-indicação de radioterapia não devem realizar a cirurgia conservadora devido ao aumento do risco de recorrência local. A mastectomia compreende na retirada da glândula mamária, pele e tecido adiposo, podendo ou não retirar o músculo peitoral menor e maior e linfonodos da axila homolateral (Couceiro TCM, Menezes TC, Valença MM. Síndrome dolorosa pós-mastectomia. A magnitude do problema. Revista Brasileira Anestesiologia, 2009; 59(3): 358-365).

A cirurgia para o tratamento do CM é de extrema importância, aumentando assim o tempo de sobrevida livre da doença, porém podem gerar conseqüências no membro superior homolateral como linfedema, diminuição da amplitude de movimento (ADM) e dor, assim como alterações na sensibilidade local, dor crônica e dificuldade de mobilização do braço ligada ou não ao manejo da axila (Urban CA; Lima RS, Júnior ES, et al. Linfonodo sentinela : Um novo conceito no tratamento cirúrgico do câncer de mama. Colégio Brasileiro de Cirurgiões, 2000; 28(3): 216-222).

A reeducação da cintura escapular e do membro superior é uma necessidade básica na paciente operada de CA de mama, seja qual for a técnica cirúrgica empregada. Seu objetivo principal é restabelecer o mais rapidamente possível a função do ombro. Atualmente, a fisioterapia está incluída no planejamento da assistência para a reabilitação física no período pré e pós-operatório do CA de mama, prevenindo algumas complicações, promovendo adequada recuperação funcional e conseqüentemente, propiciando melhor qualidade de vida (Jammal MP, Machado ARM, Rodrigues LR. Fisioterapia na reabilitação de mulheres operadas por câncer de mama. O Mundo da Saúde, 2008: 32(4): 506-510).