REVISTA DE TRABALHOS ACADÊMICOS – UNIVERSO BELO HORIZONTE, Vol. 1, No 2 (2017)

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TRABALHO REMOTO: LIBERDADE FALSEADA

Carla Vidal

Resumo


O presente artigo versa sobre o trabalho no modo remoto e a falsa sensação de liberdade no processo de subjetivação do sujeito (empregado). Esse formato inserido no novo mundo do trabalho se torna possível dentro do contexto da reverenciada era digital. Buscou-se desenvolver o artigo com base nas digressões do que se conhece como dificuldade de desconexão e do hiperfuncionamento do indivíduo. Discorreu-se ainda sobre a ansiedade digital, como uma desordem no uso da internet e o possível comprometimento das tutelas de saúde e segurança do trabalhador. Os limites legais da jornada de trabalho existem como instrumentos que preservam a saúde e a segurança do trabalhador. São instrumentos de controle vinculados, intrinsecamente ligados à busca pela qualidade de vida no trabalho e fora dele. No contexto da era digital, o poder diretivo do empregador já não é mais restrito ao universo corporativo, sendo certo que organização, controle e disciplina, ultrapassaram os muros da empresa e estão permeando as relações sociais e familiares empregados. Concluiu-se que, a ingerência da era digital no processo de subjetivação do sujeito (empregado) delimitam sua percepção de usufruto ao seu direito de lazer e repouso. Observou-se ainda que a cultura do presenteísmo vem diminuindo, sendo adequada pelas novas tecnologias do trabalho, pelo modelo atual de produção e pela existência de jornadas flexíveis de trabalho. O trabalho remoto possibilitado pela era digital indica a ausência física e faz nascer exigências, como  estar presente estando ausente, posturas mais proativas, antecipação de eventuais problemas pelo empregado, bem como a acentuação da cobrança de resultados.


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ISSN 2179-1589

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