REVISTA DE TRABALHOS ACADÊMICOS – UNIVERSO BELO HORIZONTE, Vol. 1, No 2 (2017)

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Da Administração Clássica ao pós-fordismo: uma revisão da literatura.

Alessandra Machado Carlo, Cristian Correna Carlo

Resumo


Após as descobertas (principalmente a do petróleo) e invenções (dínamo, lâmpada, motor a combustão interna, automóvel, dentre outros) ocorridas na segunda metade do século XIX, a sociedade industrial se viu diante de uma nova era. A era da produtividade. As novas conquistas permitiram um salto de escala de produção nas fábricas, e uma disputa acirrada por mercado consumidor se prenunciava. Ao encontro do crescimento da produção, surgiu uma discussão que até hoje tem lugar de destaque nas organizações: a busca da eficiência.    

            Um dos pioneiros foi o engenheiro norte americano Frederick Taylor, que, imbuído do clamor nacional por eficiência, dedicou sua vida aos trabalhos para melhoria da produtividade nas indústrias e concebeu uma filosofia de gestão, a Administração Científica.

            Enquanto Taylor se ocupava da sistematização do trabalho com foco na s indústrias de base com uma administração mais técnica e voltada a pessoal específico (trabalhadores braçais), outro engenheiro, o francês Henri Fayol, também pregava o fim do empirismo empresarial com o livro Administração Gerencial e Industrial, desta feita com caráter mais gerencial que operacional.

            Fayol mostrava que a administração é um conjunto de atividades votadas a todos os tipos de empresas e enfatizava a importância da estrutura organizacional para a gestão. Para Fayol, em qualquer nível hierárquico da empresa, existiriam as atividades da administração voltadas ao planejamento, organização, comando, coordenação e controle.

            Outro expoente da busca incessante pela eficiência industrial foi Henry Ford. Fortemente influenciado pela Administração Científica de Taylor, o fundador da Ford Motors, empresa que se tornou a maior fabricante global de automóveis no início do século XX, assombrou o mundo com a produção em massa e sua linha de montagem, Sua fábrica alcançou níveis de produtividade impressionantes e conseguiu reduzir drasticamente o preço do automóvel (destacando o modelo Ford T), o que ajudou a popularizar o meio de transporte no mundo.

            Mais tarde, estudiosos como Elton Mayo e Abrahan Maslow contribuíram com análises focadas no lado humano das organizações. Herzberg e McGregor, dentre tantos outros, também o fizeram com estudos voltados para a integração dos indivíduos na organização, o que ensejou a ideia de Gerenciamento dos Recursos Humanos.

            Nos ano 1960, o modelo Taylorista-Fordista demonstrava esgotamento, e foi neste contexto que nasceu um sistema produtivo mais flexível, o Sistema Toyota de Produção (STP). Este novo modelo japonês de relação capital-trabalho com maior autonomia e flexibilidade de produção, se adaptou muito bem ao mercado maduro, e, com a produção de lotes menores, não só conseguiu competir com as grandes empresas americanas, quanto tornou a Toyota a líder mundial do ramo.

            Mais recentemente surgiu o Volvismo, uma visão de instituição como um sistema de processamento de informações e a organização como um sistema holográfico, onde um dos focos é o poder de auto-aprendizado através da possibilidade de auto-regulação.

            A divisão do trabalho após a Administração Científica também trouxe reflexões e criticas aos sistemas de administração.  Braverman (1987) destaca a imperativa separação do trabalho braçal do manual instituída pelo capitalismo monopolista moderno, ocasionando a degradação da capacidade técnica do trabalhador.




ISSN 2179-1589

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