REVISTA DE TRABALHOS ACADÊMICOS – UNIVERSO BELO HORIZONTE, Vol. 1, No 3 (2018)

Tamanho da fonte:  Menor  Médio  Maior

Diabetes mellitus experimental induzido por estreptozotocina e aloxano em ratos Wistar

Ricardo Motta Pereira, Karolyne Xavier Ribeiro, Andyara Helena Moreira Rezende, Thalita Cássia Gonçalves Duarte, Dayane Patricia da Silva Bomfim

Resumo


Introdução: De acordo com a Organização Mundial da Saúde, o diabetes mellitus (DM) é um problema mundial de saúde pública e uma das principais causas da incapacitação física. O DM é caracterizado como um distúrbio metabólico que leva ao excesso de glicose no sangue em decorrência falta ou incapacidade da insulina em desempenhar sua função. A insulina é um hormônio, produzido pelas células β-pancreáticas, responsável pela captação de glicose pelo tecido muscular, adiposo e hepático. No meio intracelular a glicose pode ser utilizada na produção de energia ou ser armazenada como glicogênio. Classicamente, o DM é dividido em dois tipos. O tipo 1 acomete jovens (< 25 anos) ocorre devido a destruição das células β-pancreáticas por autoanticorpos. O tipo 2 acomete adultos (> 30 anos) cujo fatores de risco como obesidade, sedentarismo e o alcoolismo podem levar a resistência dos tecidos periféricos à insulina. Mesmo com os grandes avanços no tratamento da DM, ainda há necessidade de um melhor entendimento sobre os mecanismos fisiopatológicos e complicações causadas pela doença. O conceito de modelos animais de doenças é aquele cujos mecanismos patológicos são suficientemente similares aos observados na doença humana, sendo a doença induzida por meio de procedimentos cirúrgicos ou administração de drogas. Os modelos experimentais de doenças são ferramentas de grande valia, todavia estão sujeitos a falhas metodológicas e/ou desaprovação por parte das entidades que regularizam o uso de animais em pesquisa. Objetivo: Analisar o uso de diferentes modelos animais de doenças no desenvolvimento do DM. Metodologia: Tratou-se de uma revisão narrativa da literatura a partir de três artigos originais, publicados nas últimas duas décadas, e indexados as bases de pesquisa científica: Scielo, Pubmed e Bireme. Resultados e Discussão: Os estudos selecionados foram previamente aprovados por comitês de ética e pesquisa animal e utilizados ratos machos da linhagem Wistar em seus experimentos. Nesses estudos o DM foi induzido farmacologicamente por meio das drogas diabetogênicas estreptozotocina (STZ) e aloxano. A STZ (60 mg/kg) foi administrada via intraperitoneal (n=10) e nos sítios endovenosos sublingual (n=10) ou caudal (n=10) dos animais. Todos protocolos experimentais levaram ao desenvolvimento da DM, entretanto, a injeção na veia caudal dos animais obteve uma menor taxa de falha (10%) quando comparada aos demais locais de administração (30%). O aloxano foi empregado em dois estudos diferentes com o objetivo de observar seu efeito a curto e longo prazo. A administração endovenosa de 32 mg/kg (n=8) ou 42 mg/kg (n=25) levaram a alterações clinicas e laboratoriais características do DM grave como a elevação da ingesta alimentar e hídrica, glicemia e glicosúria. Contudo, em contraste ao observado na espécie humana, os animais que receberam a aloxana não apresentaram alterações do perfil lipídico a longo prazo (> 8 dias). Considerações Finais: Os modelos experimentais de indução do DM são ferramentas essenciais no âmbito da pesquisa científica, desde que utilizadas abordagens fidedignas a condição patológica humana. Contudo, os artigos apresentados evidenciaram importantes alterações fisiológicas do DM as quais contribuem para o correto diagnóstico e abordagem terapêutica dessa importante doença.



ISSN 2179-1589

PUBLICAÇÕES UNIVERSO