REVISTA DE TRABALHOS ACADÊMICOS – UNIVERSO BELO HORIZONTE, Vol. 1, No 3 (2018)

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HOSPITAL COLÔNIA DE BARBACENA: fatores de risco e adoecimento em espaço psiquiátrico.

Maria Pacheco Pena, Lucinete Santos Duarte Pereira, Daphne Lorene Azevedo, Ana Lígia Johansen BARBOSA, Catiolene Aparecida de Andrade Gomes, Clayton Ferreira Silva, Camila Libânia Gonçalves. Soares

Resumo


O presente estudo originou-se de trabalho integrado interdisciplinar, realizado pelos acadêmicos do quinto período do curso de enfermagem, tendo como disciplina norteadora, a Saúde Mental e como elemento nuclear, o modelo assistencial do Hospital Psiquiátrico Colônia de Barbacena e os fatores de risco associado ao adoecimento, a que os pacientes estavam submetidos. Todos os registros históricos, identificam o Hospital Colônia de Barbacena, como um espaço de degradação humana, colocando em risco não só a dignidade do ser humano, mas sua estrutura física, mental e espiritual.O Hospital Colônia revelou-se maior em muitos números: em tamanho – 8 milhões de metros quadrados, em tempo de existência – de 1903 a 1980, e maior em um dado trágico: 60.000 pessoas morreram ali internadas. O livro que descreve esta tragédia é muito bem documentado, inclusive com acervo fotográfico dereportagens jornalísticas e foi organizado em torno de histórias pessoais e entrevistas com trabalhadores do local, médicos e pacientes sobreviventes.(PERON,p;261;2013). Destaca-se nesse espaço , que deveria ser terapêutico , um ambiente que favorecia o adoecimento, tendo em vista os fatores de risco que permeavam a estadia dos sujeitos asilados.OBJETIVO:objetivou-se identificar os fatores de risco para adoecimento no Hospital Psiquiátrico Colônia de Barbacena. METODOLOGIA: Trata-se de pesquisa histórica.Enquanto fonte utilizou-se artigos e textos de reportagens.RESULTADOS: Segundo Arbex(2013) nesse espaço psiquiátrico, que deveria ser de cura, reinava a falta de respeito pelo ser humano e a falta de cuidado era uma rotina, que desencadeou situações clínicas inviáveis com a sobrevivência, a saber: Alguns pavilhões não tinham camas, mas capim, que era colocado para secar ao sol durante o dia e sobre o qual muitos internos nus morreram durante as noites frias da Serra da Mantiqueira ;funcionários, em sua maioria sem formação, trabalhavam em cada um dos dezesseis pavilhões, cada um deles com em média 200 pacientes,as crianças recebiam o mesmo tratamento – eletrochoque, camisa de forca, aprisionamento, abandono, banhos gelados (as que sobreviveram passaram toda a vida dentro do hospital;insuficiência de alimentação;falta de saneamento básico e situações de estupro.Esses fatos e condições promoveram fatores de risco de relevância para o adoecimento e morte dos pacientes institucionalizados, a saber:violência física e mental, estupro,promiscuidade,abandono,solidão,fome,condições precárias dehigiene, sono e alimentação.Enquanto adoecimento destacou-se:tuberculose, doenças sexualmente transmissíveis, pneumonias, sofrimento mental,Leptospirose e doenças gastrointestinais.CONSIDERAÇÕES: As condições desumanas em que se encontravam os pacientes, favoreciam ao adoecimento e contribuíram de forma sistemática para os números alarmantes de óbitos registrados.Os profissionais de saúde que atuavam eram cúmplices da situação.As denúncias e os registros documentais da situação vigente no Hospital Colônia de Barbacena foram de extrema relevância para as intervenções e interrupção do modelo assistencial ali praticado.



ISSN 2179-1589

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