REVISTA DE TRABALHOS ACADÊMICOS – UNIVERSO BELO HORIZONTE, Vol. 1, No 4 (2019)

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ASSISTÊNCIA ÉTICA EM ENFERMAGEM NO RAMO DA TERAPIA INTENSIVA: RESENHA CRÍTICA.

Arthur Guimarães G. dos Santos

Resumo


Através do avanço tecnológico tornou-se possível prolongar a permanência dos pacientes nas unidades de terapia intensiva (UTI), onde estes recebem cuidados prolongados mesmo que sem possibilidades terapêuticas de cura, o que de certa forma gera um gasto com os equipamentos de alto custo e complexidade que promovem uma sobrevida destes pacientes, adiando a morte, processo final natural à vida. Através de uma revisão integrativa na Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) foram destacados três artigos de maior relevância, os mesmos devidamente referenciados ao final deste escrito. Por ser mantida uma mesma linha de pesquisa nos trabalhos, os três artigos pesquisados têm como visão compreender os preceitos éticos da enfermagem voltados para o segmento da terapia intensiva, de modo que seja reconhecida a autonomia do profissional enfermeiro quanto ao processo vida x morte do paciente, além de pontuar que esta é uma etapa natural e inevitável a todo ser vivo. Estima-se que o leitor do artigo “Distanásia em unidade de cuidados intensivos e a visão de enfermagem: revisão integrativa” tenha em mente que o processo da distanásia nem sempre surta efeito reversivo ao quadro clínico do paciente da terapia intensiva, o que leva a um prolongamento do sofrimento do cliente e gera uma certa ilusão aos familiares que esperam que o quadro clínico apresentado por este possa vir a sofrer uma reversão. Já o leitor de “Redução de mortalidade em pacientes internados por doenças respiratórias após a implementação de unidade de cuidados intensivos em hospital secundário do interior do Brasil” verá que o índice de mortes em determinado hospital reduziu consideravelmente após a implantação de uma unidade de terapia intensiva (UTI) na instituição. Neste caso, deve-se avaliar a existência de necessidade do prolongamento da vida destes pacientes ou se o prognóstico dos mesmos não são considerados bons, uma vez que a sobrevida sem possibilidade terapêutica para cura ou reversão do quadro do cliente gera um aumento nos gastos da instituição e prolongamento da dor e sofrimento do cliente e dos familiares. Faz-se necessária uma abordagem familiar para avaliar o tipo de suporte que o paciente receberá: básico ou invasivo. No artigo “Conhecimento do enfermeiro de unidade de terapia intensiva sobre o procedimento de aspiração endotraqueal” o leitor perceberá uma necessidade de treinamentos através da educação continuada para os profissionais da enfermagem que laboram em setores da terapia intensiva, já que por muitas vezes os cuidados primordiais são pouco intensos no ato de cuidar, elevando os riscos que podem ser causados aos pacientes. É evidente que os autores apresentam opiniões distintas em relação à permanência do paciente no setor de terapia intensiva. Enquanto uns julgam que a permanência do paciente no leito poderá fazer com que o quadro clínico deste seja estabilizado e que torne possível a recuperação do mesmo, ainda que apresente prognóstico médico negativo, outros advogam que o quadro debilitado do paciente não tenha possibilidades terapêuticas de reversão, portanto, a ortotanásia seria a opção mais adequada para uma morte com qualidade e conforto, além de um menor índice de sofrimento para o paciente doente e seus familiares. Após realizar a leitura e análise dos artigos selecionados é possível concluir que a distanásia tende a acontecer na maior parte dos casos. Apesar da tentativa de intervenção por parte dos profissionais enfermeiros nestes casos, percebe-se que ainda há uma limitação profissional, onde estes consideram que deveriam participar mais ativamente no processo das tomadas de decisão dentro do setor de terapia intensiva. Vale ressaltar que os princípios bioéticos são de suma importância em todo este processo, uma vez que a vida do paciente deve ser sempre respeitada, de modo que não sejam esquecidos os fatores de não maleficência, beneficência, autonomia e justiça.

Palavras Chaves: Ética, Enfermagem, Cuidados Intensivos, Terapia Intensiva.




ISSN 2179-1589

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