PERFIL SOCIODEMOGRÁFICO E CLÍNICO DE MORTALIDADE POR CÂNCER DE COLO DO ÚTERO NO ESTADO DA BAHIA
Resumo
Introdução: O câncer de colo do útero (CCU) ocupa a quarta posição entre as principais causas de mortalidade feminina no mundo. No Brasil, a região Nordeste merece destaque por possuir a segunda maior incidência do CCU e apresentar, também, índices de mortalidade alarmantes. Objetivo: analisar o perfil sociodemográfico e clínico da mortalidade por câncer do colo do útero no Estado da Bahia – o mais populoso da região Nordeste. Método: trata-se de estudo quantitativo, transversal e descritivo. Os dados secundários foram coletados através do sistema de informação de mortalidade (SIM). A amostra foi composta por todos os óbitos femininos ocorridos por neoplasia maligna do colo do útero entre 1996 e 2018 no Estado da Bahia. Resultados: No período compreendido, foram notificados 6.675 óbitos por neoplasia maligna do colo uterino. O número de registros por ano variou de 154 a 415, com média anual de 290 óbitos. A faixa etária mais acometida foi de mulheres com 60 anos ou mais (42,65%). Em relação às características demográficas, ficou evidente o predomínio de mulheres de cor parda ou negra (68,86%), com 0 a 3 anos de escolaridade (43,99%) e solteiras (44,43%). Discussão: Os dados coletados sugerem o crescimento exponencial dos óbitos em um cenário onde os determinantes sociais de saúde são protagonistas. Conclusão: Os programas de prevenção e rastreamento em execução são incipientes e geram impacto singelo nos números da mortalidade por CCU. São necessárias políticas mais condizentes com a realidade das mulheres baianas visando findar a solução de continuidade evidenciada. Contribuições e implicações para a Enfermagem: O enfermeiro é um dos principais atores da prevenção de agravos. Compreender o perfil de mortalidade por CCU é o caminho para melhor tomada de decisão com vistas à garantia do direito à saúde e à vida, premissas éticas da profissão.